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Não era belo, mas mesmo assim…


Os bonitos que me desculpem, mas hoje vou falar dos feios, dos mal-desenhados, esquisitos e afins. Porque é sempre melhor falar sobre o problema do que esconder, não é mesmo?
Posso falar de cadeira, porque nunca fui o Brad Pitt da sala de aula. E quando você não é o mais bonito você tem três alternativas: 1) tenta ser o mais feio (e aí você compreende melhor o surgimento de tribos urbanas como os punks, góticos, darks e, mais recentemente, os emos); 2) tenta usar um monte de artifícios, roupinhas descoladas e acessórios da moda para compensar a feiúra (e acaba se tornando o mais cafona); ou enfim você tenta ser o mais simpático, o mais prestativo, o mais amigo (e fazer com que sua beleza interior compense o desarranjo externo). Eu escolhi a terceira.
Mas o fato é que ser feio, ou não ser bonito/lindo/sexy/atraente, é duro. Sempre vem um com uma piadinha, porque na fila da feiúra você entrou duas vezes, e Deus quando perguntou quem queria ser feio você já saiu todo afobado gritando “eu, eu!” E já que estamos falando no todo poderoso, parafraseando o Armandinho, que mora aqui pertinho, Deus quando te desenhou estava sem borracha… Mas o que importa é ter saúde, não é mesmo?
Chega a ser engraçado, mas ser feio te faz desenvolver um lado mais justiceiro e prático da vida. Falo isso porque acredito que não há preconceito maior do que aquele contra o feio. Porque imaginem vocês, leitores, uma seleção de emprego para um cargo de atendente em alguma butique dessas finas. Você tem duas candidatas: uma branca feia de doer e, concorrendo com ela, a afro-descendente linda Camila Pitanga. Todas são inteligentes, estudadas e possuem experiência. Vai haver preconceito aqui? Sim. Contra a feia. Ou vocês duvidam?
E para as mulheres não reclamarem, em uma disputa entre o Woody Allen (um homem sensível, inteligente, bem sucedido e rico, mas feio até no céu da boca) e o Jesus Luz (aquele que ninguém sabe se fala, mas que dá um kremps na Madonna), para ir a uma festa do pessoal da faculdade com você, de mãozinha dada, quem você convidaria?
Então sejamos justos, o Vinícius estava correto, beleza é fundamental. Todo mundo considera. E a nós feios, cabe uma esperança: trabalhar e ficar rico. Porque o dinheiro, ele sim, resolve esse mal. É como já fala aquele ditado “não existe gente feia, existe gente pobre.” Pro rico é mais fácil, uma plástica aqui, uma lipo ali, um botox acolá, ergue aqui um pouquinho, puxa mais aqui do lado…e por aí vai. A Carla Peres ta aí pra provar. Vejam o antes e o depois dela. Parece milagre de São Roque Santeiro.
Escrevendo agora essa pequena reflexão sobre a feiúra do mundo eu lembro de um causo ocorrido com o saudoso cronista Antônio Maria, outro feio notório. Diz que um dia o escritor se queixou pra um amigo. Estava cansado de ser feio. Segundo ele era muito trabalho, precisava de pelo menos uma hora de papo pra que uma mulher esquecesse da feiúra dele e aceitasse o seu charme. Mas foi assim que o Antônio Maria levou a Danuza Leão no papo. Era bom de lábia esse caboclo…

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