A difícil arte de não saber desistir…

Quando colocamos algo em nossa mente, nós nos tornamos teimosos, persistentes, insistentes. Focamos, lutamos, metalizamos e todos os dias tomamos uma dose de resistência como se tivéssemos que estar em luta constante contra tudo o que não vai ao encontro ao do que desejamos.

Ninguém, nem nós mesmos sabemos até que ponto se deve lutar, até que momento se deve deixar a insistência de lado. Ou então, a hora de desistir. Não sabemos até onde conduziremos a vida ou deixamos o Universo fazê-la por nós.

Não controlamos o amor, o que o outro sente e nem o que sentimos. Não dominamos nossos pensamentos, não temos poder sobre os filhos, sobre as situações. Sabemos muito pouco do nosso futuro, não temos certeza de nada. E vamos fazendo planos, fazendo contas, fazendo tudo errado, ou quase vezes.

A vida é cheia de ‘talvez’. O que em tantas ocasiões era para ser certo, tornou-se a maior dúvida, um monte de questionamentos, um “não sei”quase que eterno.

Como é difícil aceitar que nos equivocamos, que os planos tiveram que ir por água abaixo, que é preciso recomeçar, ou seguir por outra estrada!

Mas isto acontece. E com mais frequência do que imaginamos. E o difícil é aceitar que é preciso mudar, que é preciso parar de nadar contra a correnteza, que a vida está dando sinais de que é necessário agir de uma forma diferente ou que é preciso se render e deixar o Universo trabalhar.

É hora de deixar o orgulho de lado, deixar as amarras e a marra. Não brigar mais com o que é real.

Estamos tão preocupados em não desistir ou não fazer diferente que acabamos entrando numa ilusão que nem nossos olhos percebem.
Há sinais perceptíveis que mostram que estamos insistindo demais no que não está preparado para nós. Não nos sentimos felizes, não vemos resultados positivos, as coisas não fluem, o preço pelo que queremos é muito alto, não há tanto sentido em continuar tentando.


O detalhe é a tal teimosia, que cega, que não deixar voltar atrás.

Ainda não sabemos voltar atrás, ainda não sabemos desistir, ainda somos muito crus em admitir que existam outras formas para se conquistar a felicidade.
Isto mesmo. Temos a péssima mania de acreditar que todo o esforço será para encontrar uma felicidade que está lá na frente, lá no fim.

E ela pode estar aqui, agora, enquanto você lê este texto acreditando que felicidade é outra coisa.

*Kênia Casagrande
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Direitos autorais da imagem de capa: yanlev / 123RF Imagens

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