Quando o amor dói mais do que cura, é hora de você rever o que está chamando de amor.
Porque amor, de verdade, não é para te deixar em pedaços.
Não é para te fazer chorar mais do que sorrir.
Não é para te fazer duvidar de si mesmo, nem para te colocar em constante estado de alerta.
Amor não é sobre andar em ovos, medir palavras, temer reações.
Amor não é sobre se perder tentando manter alguém por perto.
Mas a gente aprende errado.
Aprende que amor é sacrifício.
Que é normal doer.
Que é bonito aguentar tudo “por amor”.
E aí, a gente começa a aceitar o que machuca como se fosse prova de entrega.
Começa a confundir apego com afeto.
Começa a chamar de amor aquilo que só nos consome.
E o mais perigoso é que, aos poucos, a dor vai se tornando rotina.
Você se acostuma com a ausência.
Com a frieza.
Com a indiferença.
Com a sensação de estar sempre pedindo por algo que deveria ser natural: cuidado, presença, respeito.
Você começa a justificar o que fere.
A dizer que “ninguém é perfeito”.
A acreditar que você exige demais.
A se convencer de que o problema é você.
E nessa tentativa de manter o que já não te faz bem, você vai se perdendo.
Vai se calando.
Vai se diminuindo.
Vai se apagando.
Mas o amor verdadeiro não exige que você desapareça para que o outro brilhe.
Não te pede para ser menos.
Não te cobra silêncio em troca de permanência.
Não te faz sentir que está sempre em dívida.
Amor de verdade é presença que acolhe.
É palavra que conforta.
É gesto que cuida.
É escolha diária, não obrigação.
É liberdade com compromisso.
É leveza com profundidade.
E se o que você está vivendo te pesa mais do que te fortalece…
Se te adoece mais do que te cura…
Se te prende mais do que te liberta…
Então talvez não seja amor.
Ou talvez seja amor — mas não por você.
E você não precisa aceitar isso.
Você não precisa se manter em um lugar que te exige dor como prova de merecimento.
Você não precisa continuar onde o amor virou desculpa para o descaso.
Você merece um amor que te veja.
Que te escute.
Que te respeite.
Que te escolha — não só nos dias bons, mas principalmente nos dias difíceis.
Você merece um amor que seja abrigo, não tempestade.
Que seja raiz, não corrente.
Que seja cura, não ferida.
E às vezes, o primeiro passo para encontrar esse amor…
É ter coragem de deixar ir o que só te machuca.
É parar de chamar de amor aquilo que só te esgota.
É se escolher.
É se acolher.
É se amar — de verdade.
Porque o amor que você merece começa em você.
E ele nunca, nunca vai te pedir para se destruir para ser aceito.
*César

