Se foi amor, ainda é!


Vontade de te esmurrar, te dizer que você é um idiota, um babaca, um cretino! Mas eu não consigo deixar de pensar em você, a cada dia, a cada ato meu.  Por que eu sempre volto aqui? Por que eu ouço músicas que falam de tristeza? Por quê? Você não vale isso. Mas eu faço. Eu continuo fazendo. Como uma cerimônia de luto, eu sigo a risca.


Você está ai vivo, vivendo sua vida, fazendo suas coisas, feliz, tranquilo, sem sentir minha falta.  Eu fiz como você quis. Tudo. Eu me anulei. Eu deixei de me amar, pra todo meu amor ser só seu. Eu voltei atrás. Eu chorei, eu pedi desculpas, eu aguentei besteiras.


Aguentei tudo. Ajuntando do chão, migalhas do seu carinho, migalhas do seu amor. Do seu jeito explosivo e calmo. Você é meu personagem favorito. O dono de todos os meus textos, de todas as minhas histórias. Eu sou feliz, cara. Eu sou feliz demais. Mas eu sou infeliz demais, quando penso em você. Quando penso no que poderia ser, no que poderia ter sido. Eu sei que não dá. Eu nem sei se quero que dê. Mas não sei o que fazer com esse nó. Vai passar né? Eu sei. Com o tempo eu não vou mais olhar sua foto, nem sofrer, nem pensar o quanto é infeliz tudo o que aconteceu. Tomara que passe logo. Porque a vontade de te ressuscitar as vezes, me domina. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria.

 

Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho.


Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranquila em nada, feliz em nada. A gente tem um ao outro, mesmo não parecendo ter nada. Deixo-te livre para sentir minha falta, se é que faço falta… Tens meu número, na verdade, meu coração.



*Vanessa Martins

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