Medo
Existem momentos que o medo me abraça, medo de não ser capaz de encontrar
você, de perder você quando você cruzar por mim em algum lugar do meu destino.
De escolher errado, de não dosar minha imensidão de sentimentos para que como em
um quebra-cabeça possa montar todo o cenário para que você se revele, para que
nos reconheçamos como duas pessoas que precisam viver o resto das suas vidas
juntas.
Medo, essa amiúde inquietação de achar que você possa não existir, ser
fruto apenas de uma imaginação, de um sonho, da minha ansiedade. De perder tanto
tempo achando que meu conto de amor era só fantasia. Eu passeio pela a vida a te
esperar como um doce sussurro em minh'alma. E Ninguém compreende este anseio,
nenhuma pessoa.
Mas que meu medo infeliz não me paralise mas me
constranja a ser melhor, para te proteger de mim mesmo, do meu orgulho, para que
minha maldade não sufoque nós dois, que meus defeitos não me ceguem me impedindo
de decidir todos os dias por amar.
Que todos os outros amores sirvam para me
guiar a este amor mais forte. Mesmo que sempre procure maneiras não só de
aliviar o fardo mas de encontrar você. Mesmo driblando o meu medo, a minha
pressa, ponho o pé no freio pois preciso respeitar o nosso tempo, as nossas
horas, os dias que nos separam, quem sabe os quilômetros que ainda estão entre
nós.
Dando sempre um passo além de mim mesmo, guardando o melhor para quem
também guardou o seu. Meu amor, onde quer que esteja guardemos as nossas juras
de amor, nossos poemas. Guardemos a nossa única e indispensável chance de sermos
felizes a vida inteira mesmo que ela dure apenas um instante.