Grão de mostarda
Em uma parábola, Jesus afirma que o
Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem semeou no seu
campo.
Embora seja a menor das sementes, ao
crescer se torna a maior das plantas e faz-se uma árvore, que abriga as aves do
céu.
Como sempre acontece em se tratando
de parábolas, são possíveis muitas interpretações.
Uma delas reside na necessidade de
se prestar atenção em questões aparentemente ínfimas.
Raras pessoas costumam pensar com
seriedade a respeito da vida e dos deveres que ela lhes apresenta.
Muitos homens, investidos de
importantes responsabilidades, evidenciam paixões nefastas e destruidoras, seja
no campo dos sentimentos, dos negócios, da família ou das relações
sociais.
Por conta dessas paixões, oferecem
tristes espetáculos de conduta indigna.
As mentes desequilibradas pela
irreflexão encontram-se por toda parte.
Isso evidencia um descuido com as
coisas mínimas.
O coração humano muitas vezes parece
um campo abandonado.
Por falta de cuidado, nele crescem
ervas daninhas que, com o tempo, produzem grandes tragédias.
Todo grave desequilíbrio surge lento
na rota humana.
Embora a aparente sensatez, quem de
repente comete uma baixeza pensou nela durante algum tempo.
Permitiu que a ideia má crescesse,
empolgasse seu coração e finalmente tomasse conta de sua vida.
O homem nunca deve esperar colheitas
milagrosas.
Ele precisa amanhar a terra de seu
coração e cuidar do plantio.
A semente de mostarda constitui o
pensamento, a palavra e o gesto.
Muitos falam bastante em humildade,
mas nunca revelam um gesto de obediência.
Contudo, ninguém jamais realizará a
bondade em si se não começar a ser bom nas ocasiões mais singelas.
Alguma coisa pequenina há de ser
feita, antes de ser edificada uma obra grandiosa.
Extrai-se facilmente da mensagem de
Jesus que o Reino de Deus está dentro de cada um.
Portanto, é no seu íntimo que o
homem deve construí-lo.
É no interior que se desenvolve o
trabalho da realização Divina.
A maior floresta do mundo começou de
sementes minúsculas.
O mesmo se dá com o ser
humano.
Se ele se permite pequenos
pensamentos infelizes e gestos indignos, caminha para a vivência de graves
males.
Entretanto, pode decidir cuidar das
coisas pequenas, prestar atenção no que pensa, diz e faz em seu
cotidiano.
Se cuidar das coisas pequenas,
crescerá em força, paz e virtudes.
É preciso semear na própria vida os
ínfimos grãos da gentileza, da conversa sadia e dos hábitos dignos.
Essa pequenina semeadura com o tempo
se converterá na plenitude íntima de quem possui uma larga faixa de céu no
coração.
Pense
nisso.