Eu Antes Acreditava…
Eu antes acreditava que todos tinham que gostar de mim.
Que a aceitação dos outros era o termômetro da minha existência.
Que ser amado era uma prova de que eu estava fazendo tudo certo.
Mas agora vejo que isso era uma prisão disfarçada de necessidade.
Hoje entendo que nem todos vão gostar, nem todos vão entender — e tudo bem.
Porque minha verdade não precisa ser validada por aplausos.
Eu antes acreditava que eu tinha que ser a melhor versão de mim,
o tempo todo, sem falhas, sem pausas, sem sombra.
Acreditava que só assim eu seria livre.
Mas agora vejo que liberdade não exige perfeição.
Ela exige aceitação.
Aceitar que sou humano, imperfeito, em processo.
E que a liberdade começa quando paro de me cobrar o impossível.
Eu antes acreditava que tinha que conquistar tudo,
realizar todos os planos, cumprir todas as metas,
e só então, quando estivesse satisfeito,
eu poderia voltar minha atenção para dentro.
Para a alma.
Para o silêncio.
Para a auto-descoberta.
Mas agora vejo que isso era uma ilusão.
Porque o mundo nunca estará satisfeito.
E a alma não espera.
Eu antes acreditava que cabia a alguém me fazer feliz.
Que a felicidade viria de fora, de um olhar, de um gesto, de uma presença.
Mas isso parece que foi há muito tempo.
Hoje sei que a felicidade é uma construção interna.
É uma escolha diária.
É uma conversa entre mim e Deus.
Eu antes acreditava que não era digno.
Que precisava provar meu valor.
Que precisava merecer amor, paz, descanso.
Mas agora vejo que isso era um absurdo.
Porque a dignidade não se conquista — ela é intrínseca.
Ela nasce com a alma.
Ela é parte do que Eu Sou.
Eu antes acreditava que não estava pronto.
Que precisava estudar mais, praticar mais, meditar mais,
ser mais sincero, mais espiritual, mais forte.
Mas agora vejo que isso era só medo disfarçado de disciplina.
A vida não é tão extenuante.
Nem tão cruel.
Ela é mais simples do que me ensinaram.
Ela é mais leve do que eu permitia.
Eu acreditava em tantas coisas que não eram verdadeiras.
Em tantas exigências que não vinham de Deus,
mas de vozes que não sabiam quem eu era.
E então, um dia, no meio do cansaço,
no meio da busca,
no meio do silêncio,
eu percebi.
Nada obstrui a liberdade que Eu Sou.
Nada me separa da essência.
Nada me impede de voltar pra casa — pra dentro.
Porque a verdade não exige esforço.
Ela só precisa ser reconhecida.
Hoje, eu não acredito mais nas correntes.
Acredito na luz.
Na presença.
Na paz que vem quando paro de lutar contra mim.
Hoje, eu sou.
E isso basta.
*César