Loucos por viver


Sábado à noite terminando o livro novo: - Loucos por viver. Aqui vai um trecho para vocês....

Na época de cursinho para vestibular, eu fiquei caidinho por uma garota chamada Monica.

Como eu era muito tímido fiquei sem graça de abrir o meu coração e, pior ainda, achava que ela não me dava bola.

Comentei o caso com o Jonas, um amigo de adolescência. E ele me contou uma história que aconteceu com ele:

– Roberto, você se lembra de que eu era apaixonado pela Márcia?

Nenhum de nós poderia esquecer dessa história.

Um dia apareceu uma garota nova no grupo, muito bonita, chamada Márcia. E dois amigos se apaixonaram por ela:

- O Jonas e o Xandinho.

Como o Xandinho era muito hábil para conquistar uma garota, depois de duas semanas eles começaram a namorar e o Jonas, por sua vez, ficou visivelmente chateado.

O drama começou menos de um mês depois.

Depois de ter deixado a Márcia em casa, o Xandinho chegou à casa dele vomitando muito.

Foi levado ao hospital e foi diagnosticado com câncer no cérebro.

Os médicos previram que ele iria morrer em no máximo um mês.

Alguns dias depois ele entrou em coma e nunca mais saiu.

Mas ao contrário das previsões dos médicos ele ainda viveu quatro anos.

Enquanto isso, todos os amigos viam a dedicação da Márcia ao Xandinho e o amor do Jonas por ela.

O tempo passou, eu saí da comunidade e não vi o final da história.

Quando Jonas me falou sobre sua paixão pela Márcia, todas as cenas desse amor passaram novamente pela minha cabeça:

-nA Márcia indo visitar o namorado em coma, o Jonas que continuava apaixonado por ela, os pais e amigos comentando essa situação.

Jonas, então, continuou:

– Essa situação era péssima para mim porque o meu amigo estava morrendo e eu apaixonado pela namorada dele.

Eu sempre prometia pra mim mesmo que ia falar sobre isso com ela, mas na Hora H eu ficava sem graça e mudava de assunto.
Até que um dia eu resolvi acabar com esse drama.

Uma noite, num daqueles bailes de garagem, decidi dançar com ela e peguei um guardanapo na mão.

E disse para mim:

-“Quando você for pegar a mão dela para dançar, então vai ter de soltar o guardanapo. E quando deixar o guardanapo cair da sua mão, você vai dizer o que sente por ela”.

E ele fez exatamente isso...

O Jonas a convidou para dançar e então teve de deixar o guardanapo cair...

E imediatamente disse “eu te amo”...

Quando eu falei isso, completou Jonas, ela teve um momento de surpresa.

Saímos para conversar, falamos da situação e dos nossos sentimentos.

No final da conversa, ela me falou que não pretendia namorar alguém até a morte do Xandinho.

Mas que eu não deveria esperar por ela, pois ela não sentia que era apaixonada por mim. Falou que eu era apenas como um irmão.

Naquele dia eu chorei muito, mas deixei esse amor para trás e toquei minha vida.

Depois de me contar tudo isso, Jonas disse:

– Eu acho que você não deve deixar o seu medo impedir você de abrir o seu coração. Sempre que eu tenho uma situação não resolvida eu procuro falar logo pra pessoa.

Assim, ou eu resolvo a situação com a pessoa de um modo que me deixa satisfeito, ou pelo menos deixo de ficar pensando nisso por um tempo longo demais.

Não fico mais gastando minha energia e minhas esperanças “apaixonado durante vários anos por uma garota que não me ama”!

Como ele sabia que nessa época eu adorava X-salada, Jonas me aconselhou: – Amanhã você convida a Monica para tomar um lanche. Quando você for colocar o Catchup no seu sanduíche, simplesmente fale “Eu te amo”. E depois veja o que vai acontecer. Saia da imaginação e parta para a ação.

Infelizmente, meu medo de ser rejeitado foi maior do que meu amor por ela... E daquele dia em diante eu nunca mais coloquei Catchup !

Depois de vários anos, recebi uma carta da Monica: ela dizia que já estava casada e com dois filhos, mas que não podia deixar de me dizer que eu fui o grande amor da vida dela.

Eu tive vontade de bater minha cabeça na parede! Me senti um estupido total.

Por isso é que eu digo a você: arrisque viver suas emoções.

Lembre-se: o que dói mais na vida, não é ouvir um “não”, ou ser contrariado, ou mesmo ser rejeitado. É não arriscar viver aquilo que grita alto dentro de você para ser realizado.

Quantas vezes eu fugi do amor porque tive medo de ser rejeitado!

Fazer terapia foi muito importante para me ajudar a confiar mais em mim e falar dos meus projetos, não só na vida afetiva, mas também na profissional.

Se você se identifica com essa historia é hora de abandonar medo de sofrer e arriscar mais voce tem arriscado?
*Roberto Shiyashiki.

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