Ciúme ou doença?

Um dos poucos pontos positivos das novelas é que sempre abordam algum tema que envolva polêmica, preconceito, e até mesmo um comportamento doentio. Isso pode ajudar muitas pessoas não apenas a conhecer o problema em questão e a lidar melhor, caso convivam com alguém que se encaixe no personagem, mas até mesmo a se identificar com ele. 

E o tema da vez, pelo menos nos primeiros capítulos da nova novela das nove Em Família, é o ciúme doentio do personagem Laerte pela namorada Helena. Cenas de provocações, brigas e violência, mostram o lado nada agradável de quem não consegue controlar o ciúme.

Por mais absurdo que certos personagens pareçam, eles sempre são baseados em pessoas reais, exagerados ou não. Quem nunca passou por um episódio de ciúmes na vida que jogue a primeira pedra! Mas como saber a diferença entre o ciúme normal e o doentio?

O ciúme normal é aquele real. Ou seja, quando queremos preservar nosso relacionamento de uma ameaça real, como perceber que alguém está tentando chamar a atenção do nosso parceiro, ou se ele demonstra interesse em alguém e ficamos inseguros e até mesmo com raiva. Mas isso é transitório. Alguns acham uma prova de amor, outros que é de fraqueza, porque passa insegurança e baixa autoestima. De qualquer forma, até o ciúme normal pode incomodar os envolvidos e não ser bem vindo. Então, imagine o estrago que o ciúme doentio faz!

O ciúme doentio, conforme especialistas afirmam, é quando não há motivos aparentes e muito menos concretos para tamanha insegurança e ansiedade. O ciúme é exagerado e a pessoa torna-se controladora e podadora. Qualquer desconfiança se transforma em ideias supervalorizadas, o que a leva a checar constantemente chamadas e mensagens no celular, redes sociais, amizades e até colegas de trabalho. Liga inúmeras vezes por dia sem motivos, simplesmente para monitorar. O ciumento não dá espaço para o parceiro ter vida pessoal, preferencias ou afinidades. A pessoa acaba não saindo e não fazendo nada que não seja na companhia dele.

Tudo é motivo para desconfiar do parceiro, se chegou minutos atrasado é porque estava com alguém, se a pessoa está pensativa é porque está pensando em alguém ou no que fez de “errado”, se veste uma roupa um pouco diferente é porque está se arrumando para alguém. Enfim, tudo é questionado até terminar em briga, e por mais que o parceiro se explique e questione seus sentimentos, o ciumento continua ansioso e sentindo desconforto. Ele busca incessantemente confirmações para suas desconfianças, e a vida a dois vira um inferno.

Você tem ciúme doentio se:
-tem o desejo de controlar o comportamento e os sentimentos do parceiro,
-tem desconfiança excessiva e infundada de tudo que ele faz,
-questiona de forma opressora seu parceiro com frequência,
-vive nesse ciclo vicioso: dúvida-desconfiança-chilique-culpa-carinho-“eu vou mudar”.

O que fazer?
Procure ajuda profissional, sendo você o ciumento ou quem sofre com ele. Até porque é muito difícil de lidarmos bem com isso sozinhos.  Precisamos de orientação e muitas vezes de tratamento, que pode ser através de terapia, e dependendo o caso, com associação de medicamentos controlados. A pessoa que sofre com o ciúme do outro precisa aprender a lidar com o ciumento de forma saudável e entender por que se deixa dominar por ele. Descobrir de onde se originou o ciúme também é papel do profissional.
E lembre-se, relacionamento amoroso não deve ser usado como muleta emocional para a vida de ninguém. Não sinta pena do ciumento, ele precisa de tratamento.
Se você se encaixa no perfil do ciumento doentio, procure ajuda profissional o quanto antes! Afinal, não apenas seu parceiro, mas você também merece viver em paz!
Beijo bom!

*Rosi Rostirolla

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