Nada nos pertence
Na antiguidade, dois homens procuraram um sábio para resolver uma
disputa.
Eles queriam saber quem era o dono legítimo de uma propriedade agrícola.
O primeiro homem disse ao sábio:
- Senhor, meus ancestrais há séculos conquistaram essas terras, e eu sou o dono legítimo delas.
O outro homem retrucou veementemente:
- Isso é mentira senhor! Os meus ancestrais é que conquistaram essas terras, eles chegaram aqui bem antes da família dele!
O sábio olhou para ambos e disse:
“Vou lhes fazer uma pergunta.” Apontou para um dos homens e disse:
- Você é o dono de sua roupa?
- Sim senhor, disse ele. Essa roupa eu comprei.
- No entanto, disse o sábio, - daqui a um tempo esta roupa que você carrega em seu corpo vai se desgastar, e não mais servirá para o uso.
- Sim mestre, concordou o homem.
O sábio apontou para o outro homem e perguntou:
- E você? De quem é esse cordão de prata em seu pulso.
- É meu senhor, respondeu.
Sim, disse o sábio. – No entanto, daqui a alguns anos esse colar também vai se desgastar, começar a perecer, e você não mais poderá usa-lo.
- Sim, verdade senhor, disse o homem.
- Agora desejo fazer uma pergunta a ambos. O vosso corpo vos pertence?
Os homens entreolharam-se e ficaram sem entender a pergunta. Um deles respondeu:
- Sim senhor, este corpo físico é meu. Eu nasci com ele e ele me pertence.
- Você tem certeza disso? Perguntou o sábio.
– Pela idade de vocês, no máximo em 50 anos esse corpo que vocês afirmam possuir vai se degradar, perecer, e vocês não mais o terão.
Os homens não sabiam mais o que dizer.
O sábio continuou.
- Nada do que existe de material na vida vos pertence. Nem suas roupas, nem seus colares, nem seus bens, e nem mesmo seu corpo físico. Tudo aquilo que vocês utilizam nesse mundo, não importa o que seja, vai aos poucos se desgastando, se degradando, perecendo e se perdendo. Até mesmo a terra, se não for adubada, logo se tornará infértil. Os bens materiais são perecíveis, se desgastam e depois retornam ao seio da terra, onde se resolvem em seus elementos essenciais, assim como seu corpo físico e tudo aquilo que vocês acreditam possuir. Então eu vos pergunto: alguém tem propriedade sobre algo deste mundo? A propriedade é daqueles que sabem utilizar cada coisa da melhor forma possível, mas ninguém pode se outorgar o título de proprietário de algo. Estamos neste mundo apenas de passagem e o que fazemos nada mais é do que usar, da melhor forma possível, todos os benefícios que a natureza nos dá. A única coisa que vocês vão levar deste mundo é quem vocês são de verdade, e o que aprenderam de mais elevado,os valores,as virtudes e as qualidades do espírito humano. Ao invés de brigarem por futilidades passageiras, cultivem aquilo que é da ordem do eterno, a vossa essência espiritual...
Os homens então conversaram entre si e decidiram dividir as terras. Cada um cultivou uma parte e ambos ficaram felizes.
Eles queriam saber quem era o dono legítimo de uma propriedade agrícola.
O primeiro homem disse ao sábio:
- Senhor, meus ancestrais há séculos conquistaram essas terras, e eu sou o dono legítimo delas.
O outro homem retrucou veementemente:
- Isso é mentira senhor! Os meus ancestrais é que conquistaram essas terras, eles chegaram aqui bem antes da família dele!
O sábio olhou para ambos e disse:
“Vou lhes fazer uma pergunta.” Apontou para um dos homens e disse:
- Você é o dono de sua roupa?
- Sim senhor, disse ele. Essa roupa eu comprei.
- No entanto, disse o sábio, - daqui a um tempo esta roupa que você carrega em seu corpo vai se desgastar, e não mais servirá para o uso.
- Sim mestre, concordou o homem.
O sábio apontou para o outro homem e perguntou:
- E você? De quem é esse cordão de prata em seu pulso.
- É meu senhor, respondeu.
Sim, disse o sábio. – No entanto, daqui a alguns anos esse colar também vai se desgastar, começar a perecer, e você não mais poderá usa-lo.
- Sim, verdade senhor, disse o homem.
- Agora desejo fazer uma pergunta a ambos. O vosso corpo vos pertence?
Os homens entreolharam-se e ficaram sem entender a pergunta. Um deles respondeu:
- Sim senhor, este corpo físico é meu. Eu nasci com ele e ele me pertence.
- Você tem certeza disso? Perguntou o sábio.
– Pela idade de vocês, no máximo em 50 anos esse corpo que vocês afirmam possuir vai se degradar, perecer, e vocês não mais o terão.
Os homens não sabiam mais o que dizer.
O sábio continuou.
- Nada do que existe de material na vida vos pertence. Nem suas roupas, nem seus colares, nem seus bens, e nem mesmo seu corpo físico. Tudo aquilo que vocês utilizam nesse mundo, não importa o que seja, vai aos poucos se desgastando, se degradando, perecendo e se perdendo. Até mesmo a terra, se não for adubada, logo se tornará infértil. Os bens materiais são perecíveis, se desgastam e depois retornam ao seio da terra, onde se resolvem em seus elementos essenciais, assim como seu corpo físico e tudo aquilo que vocês acreditam possuir. Então eu vos pergunto: alguém tem propriedade sobre algo deste mundo? A propriedade é daqueles que sabem utilizar cada coisa da melhor forma possível, mas ninguém pode se outorgar o título de proprietário de algo. Estamos neste mundo apenas de passagem e o que fazemos nada mais é do que usar, da melhor forma possível, todos os benefícios que a natureza nos dá. A única coisa que vocês vão levar deste mundo é quem vocês são de verdade, e o que aprenderam de mais elevado,os valores,as virtudes e as qualidades do espírito humano. Ao invés de brigarem por futilidades passageiras, cultivem aquilo que é da ordem do eterno, a vossa essência espiritual...
Os homens então conversaram entre si e decidiram dividir as terras. Cada um cultivou uma parte e ambos ficaram felizes.