Barreiras Internas

Você sabe como se ensina um elefante a não fugir do circo? (Não, esta não é mais uma daquelas piadas…) É simples. Quando ele ainda é pequeno, ele é amarrado à uma pequena árvore, usando-se para isso uma corda. Como o elefante é pequeno, ele não consegue se soltar, e então ele aprende que a árvore é mais forte que ele. Daí por diante, sempre que amarrado à uma árvore, ele reagirá desta maneira (ele generalizará esta aprendizagem pela vida afora).

E então o elefante cresce, fica enorme, muito forte. Todavia, sempre que amarrado à uma árvore, ele se comportará da mesma forma que quando pequeno: ele “pensará” que ela é mais forte que ele. E ficará lá, apesar de sua força ser mais do que suficiente para arrancar aquela árvore.

Agora pense: o que isso tudo tem a ver conosco? Será que esta história se aplica à sua vida? Será que você, assim como o elefante, em sua infância aprendeu, internalizou, inúmeras barreiras, limites, inúmeros “não posso”, ou “não sou capaz”, e continua reagindo a eles sem questioná-los, sem atualizá-los? Será que você está amarrado a inúmeras “arvorezinhas” em sua vida? Será que você cresceu e ainda não se deu conta de que hoje você é muito mais forte (competente, experiente, sábio, livre, etc.)? Será que muitas crenças que você possui hoje, especialmente aquelas relacionadas a “Não posso…”, “Não devo…”, “Não consigo…”, não passam de aprendizagens ocorridas na infância e que você generalizou pela vida afora? Você ainda tem medo de misturar manga com leite? Você ainda conserva e respeita medos e limites infundados? (E vocês, pais, será que não andam “amarrando” seus filhos a “árvores” demais, desnecessárias?) Você consegue identificar onde estão seus limites internos?

Não é tão difícil começarmos a identificar nossos limites internos. Por exemplo, alguém lhe pergunta: “Você já andou na Montanha Russa?” E você responde: “Não, tenho medo desse tipo de brinquedo”. (Olha o limite interno aí! Eu, se estivesse perto de você nesta hora, lhe perguntaria: “Mas você já experimentou pelo menos uma vez?” “E se você descobrir que é uma delícia?”) Outro exemplo: “Você já comeu carne de capivara?” E aí você talvez respondesse: “Não, tenho nojo!” (“Mas você já provou?”) Ou então, o pneu de carro furou e eu encontro você vindo para casa a pé. E eu lhe pergunto: “Mas por que você não trocou o pneu?” E você responde: “Obviamente porque eu não sei trocá-lo!” Daí eu lhe diria: “E você não pensou em pedir a alguém?” E você: “Ah! Eu não costumo pedir favores a estranhos!” (Olha outro limite aqui…)

Uma boa maneira de começarmos a questionar nossos limites internos é sempre que nos ouvirmos dizendo (ou pensando) “Não posso”, “Não consigo”, etc., repetirmos para nós mesmos a pergunta: “O que me impede?”

Muitas vezes, convivemos há tanto tempo com nossos limites que acabamos cegos para eles. Nestas situações (como em muitas…), outras pessoas poderão nos ajudar questionando aquilo que para elas é um absurdo e para nós é algo rotineiro, habitual. É por este motivo (também) que a convivência com outras pessoas é tão importante para nosso crescimento pessoal. Muitas vezes “quem está de fora, vê melhor”… É como experimentar roupas numa loja: quando um amigo está conosco, poderá ver defeitos na roupa que nós provavelmente não perceberíamos. Precisamos dos olhos, ouvidos, comentários e opiniões das outras pessoas assim como precisamos dos nossos próprios. Não fosse assim, como o cirurgião gástrico operaria o próprio estômago? Quem estaria no confessionário para ouvir a confissão do padre? Como o dentista obturaria o próprio dente? Precisamos uns dos outros.

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