DIVAGANDO II

Não me atraem as palavras rebuscadas...
Não me atrai o status do poeta...
Não me atraem as discussões filosóficas e poéticas...
Não me atrai o champagne sem morangos...
Não me atrai o protocolo do vinho...
Não me atrai a cerveja sem álcool...
Não me atrai o cigarro sem fumaça...
Não me atrai o sexo por obrigação...

Atrai-me a magia das palavras simples...
Atrai-me a audácia do poeta...
Atraem-me as discussões despretensiosas...
Atraem-me os morangos nas borbulhas dos champagnes...
Atrai-me o vinho entre amigos, o vinho entre amantes...
Atrai-me o álcool desinibidor da cerveja...
Atrai-me a fumaça de uma boca bonita. Melhor, a boca bonita...
Atraem-me os beijos da boca bonita a transformar em obrigação prazerosa tudo o que tão somente um único beijo pode reacender...

Há amores que se vão com o tempo
Há amores que não toleram a ausência
Há amores que não suportam a distância
Há amores que se desencantam com a rotina
Há amores envenenados por intrigas
Há amores que são feridos por palavras
Há amores que não alcançam a maturidade
Há amores que são trocados por interesse
Há amores destroçados pela desconfiança
Há amores machucados pela instabilidade
Há amores que não se encontram com a estabilidade
Há amores eternamente solitários
Há amores que se perdem por medo...
Apesar de tudo, apesar do amor, apesar do querer, por medo.
Há amores que se perdem até mesmo por excesso de amor!
Mas não ser feliz por medo de amar, mesmo que ainda doa, essa sim, é a forma mais covarde de se perder um grande amor!

Sim. Nós sempre existimos. Eu e você. Entretanto, eu de um lado, e você de outro. Não existimos eu por você, tampouco, você por mim. Não existimos um pelo outro. Existimos por nós mesmos. E por orgulho, perdemos a única chance de sermos felizes, um com o outro...

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