Vou te dar os meus motivos

Primeiro porque eu não sou qualquer pessoa. E nem você é, sabia?
Não sou do tipo que desiste fácil. E nem você deve ser. Ou não deveria.
Muito menos daquele tipo que reza por atestado pra faltar o trabalho, sabe? Sabe sim.

Todo o tempo para viver ainda é pouco para o que pode ser vivido.

Se eu desperdiçasse esse meu tempo para reclamar das coisas que não dão certo, eu certamente não estaria aqui para contar história. Mas a gente tem dessas, né? Nada nunca está bom o bastante. “Queria mais dinheiro”, “queria aquela roupa”, “queria trocar de carro”, “queria um cabelo assim ou assado”, “queria que ele me respondesse”. O problema é que nessas de querer tanto acabamos não tendo nada, e quando não é pior, acabamos perdendo o que temos, tipo: nós mesmos. Se perder é o caminho mais longo para ganhar.

Tenho dado risada até quando chove e molha a lente do meu óculos.
E sabe o que isso quer dizer? É que eu não quero reclamar da chuva que abençoa essa cidade só porque ela me pegou desprevenido. Eu não quero falar mal de algo que tanto faz bem. Por isso que eu tenho evitado reclamar das coisas.
Por outro lado, isso não me fez ter uma vida perfeita. O chute na quina da mesa não dói menos só porque eu não quero esbravejar, muito menos o semáforo fica mais verde só porque eu preciso chegar em algum lugar. Não são as coisas que mudam, somos nós. É a nossa forma de ver as coisas que faz com que elas mudem. Quando a gente percebe que tudo o que temos somos nós mesmos, a gente entende melhor como é que se vive nesse mundo. E aí a gente entender o que merece ou não dar peso, o que merece ou não ser valorizado, quem merece ou não nossa atenção.

É quando a vida dá um sacode do tipo: “Por essa você não esperava!” que a gente passa a pensar diferente e a querer fazer com que um segundo dure pra sempre. Há quem prefira, entretanto, esperar os sustos e tropeços dos dias: “ah como isso nunca vai acontecer”. Para que aconteceça algo com a gente só precisamos estar vivos, não requer ensino superior nem cédulas na carteira.

O sorriso tem o mesmo sentido para todos, mas nem sempre o mesmo valor.

Hoje eu estou na fase de celebrar cada um dos sorrisos que dou durante o dia. Ando sem tempo para dar tempo para qualquer coisa na vida que não seja boa. Bloqueei minha cabeça da invasão de pensamentos ruins. Sabe aqueles do tipo “já vi que vai dar bosta”, “por quê é só comigo”? Cheguei a conclusão: Pra quê vou gastar energia com coisas que não me fazem bem? Qual o sentido que existe em dar sentido à tristeza? Nem sempre sabemos o que nos faz bem, mas nunca esquecemos o que não nos faz bem. Temos certeza de cada coisa que não queremos viver nessa vida. Conhecemos cada sensação que não queremos ter. É essa consciência que tenho colado em prática. A sabedoria em valorizar a incerteza da vida é o que nos leva para felicidade. Hoje eu sei que estou aqui para contar história, amanhã já não sei onde vou estar, por isso faço com que o hoje seja um dia que valha a pena, mais do que um dia vivido; faço de todos os dias, dias para lembrar por anos.

Sobre os meus motivos para me sentir bem. Depois eu te conto.

por Márcio Rodrigues.
umtravesseiroparadois@gmail.com

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