Porque você deve confiar na vida…

O Universo é vida em movimento. Vida que não volta, não para, não espera. Vida que se faz perfeita em linhas tortas e curvas, exatamente do jeitinho que é, por mais que a gente não consiga entender ou aceitar, muitas vezes, a razão de certas coisas acontecerem ou deixarem de acontecer com a gente, sobretudo quando tudo parece caminhar no sentido contrário ao da nossa vontade.
O Universo é sabedoria divina. Sabedoria que nada tem a ver com uma religião ou crença específica. Sabedoria que independe de conceitos ou preconceitos construídos e defendidos pelos homens. E que não se faz de acasos ou aleatoriedades, porque nada é por acaso ou aleatório nas leis da vida: tudo tem uma razão de ser.
O Universo é tempo presente em toda a sua plenitude. Tempo de olhar para o agora, de abraçar o agora, de viver o agora com toda a intensidade que a gente puder.
Tempo de caminhar de mãos dadas com a nossa verdade, com os nossos valores, com os nossos amores, com tudo aquilo o que nos faz sentir a energia da vida de alguma maneira e que, exatamente por isso, nos faz sentido também.
O Universo é energia. Energia que nos abraça apertado sempre que a nossa intenção é fugir. Energia que não é nó, é laço. E que se conecta com a gente num fluxo perfeito de abundância e amor, por mais que a perfeição não exista para nós e que ser vulnerável seja o nosso maior e mais ousado ato de rebeldia.
Porque o Universo também é coragem. Coragem para se amar e se aceitar do jeitinho que é. Coragem para reconhecer que erra, que julga, que critica. E que, por mais que se respeite, que se valorize e que se queira bem, às vezes também é preciso mudar.
Coragem para lidar com as nossas próprias mudanças. Coragem para lidar com as mudanças dos outros. Coragem para entender que, em alguns momentos, a gente não vai conseguir nem ser e nem fazer a mudança que tanto deseja, mas que está tudo bem.
Coragem para celebrar e agradecer, antes mesmo da bênção. E para catar os caquinhos do chão, levantar e seguir em frente, apesar dos pesares todos, dos tombos, dos outros, das cicatrizes, dos medos, de tudo.
Coragem para dizer que ama primeiro, para dizer que perdoa primeiro, para se abrir para as pessoas, para o mundo, para si mesmo.
Coragem para encarar a nossas partes mais sujas, mais cruas, mais horrorosas. E para lidar com as nossas faltas todas e com as partes que sempre vão nos faltar, por mais que a gente se sinta pequeno às vezes. E que tenha mania de inteireza.
Coragem para se preencher e se sentir feliz com a presença das nossas ausências. E da nossa própria companhia.
Para tentar algo que ninguém nunca fez.
Para encerrar um ciclo.
Para começar tudo de novo.
Para dizer não.
Coragem para adentrar o desconhecido, colocar os pingos nos “is”, rir de si mesmo, chorar na frente dos outros, dançar como se ninguém estivesse olhando.
Coragem para aceitar que existem coisas que simplesmente não estão sob o nosso controle. E que ninguém tem o poder de mudar ninguém, a não ser a si mesmo.
Para esperar com paciência, não com comodismo.
Para olhar as pessoas com empatia, não com preconceito ou rancor.
Para transformar medo em amor, não em paralisia ou indiferença.
Para abraçar apertado. Olhar nos olhos. Dizer a verdade. Ser de verdade. Acreditar. Acreditar na vida. Acreditar nas pessoas. Acreditar em si mesmo. Acreditar.
No tempo que tiver que ser, do jeito que tiver que ser, e, sobretudo, se tiver mesmo que ser, não duvide nem por um minuto sequer: assim será.


*Ana Paula Ramos

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