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Somos tão pequenos e nos achamos tão grandes! Acredite, temos bem menos importância do que achamos que temos. Sempre haverá outros encantamentos além do nosso umbigo.
A oferta do limão não é apenas para o dono do limoeiro, mas para qualquer um que assim quiser aproveitá-lo. Os raios quentes do sol aquecem a pele do bom e do ruim, do corrupto e do honesto.
O coração não bate menos ou mais pela cor que você tem, nem seus pulmões respiram melhor pelo valor do seu cheque especial.  As flores nascem nas casas mais pobres, nas mais ricas e, às vezes, no meio do nada só para brilhar os olhos daqueles que passam pela rua. A morte recolhe todo tipo de gente, de recém-nascidos aos centenários homens de fé – que garantem que só chegaram aos cem por conta do bacon do café da manhã.
Por sabermos disso, e por algumas outras razões nem tão óbvias, somos tão ignorantes ao viver a vida. Somos tão pequenos e nos achamos tão grandes. Acredite, temos bem menos importância do que achamos que temos. Sempre haverá outros encantamentos além do nosso umbigo.
Somos um grão de arroz que somente juntos servimos o jantar. Somos um pedacinho de terra que com outro pedacinho de terra, enchemos um pequeno vasinho de hortelã.
Aí queremos ficar desvendando os mistérios do mundo, complicando sentimentos, querendo entender porque o céu é azul. E nessas de querer entender porque o céu é azul, sabe o que acontece? Passamos a vida sem admirar o céu azul.
Quanto mais pensamos, mais complicamos e menos vivemos. Não temos o controle do tempo. Eu, você, sua mãe, seu marido, seu vizinho, nós não temos o controle do tempo.
É num piscar de olhar, talvez menos do que isso, que somos levados para outro plano, e aí vamos prestar contas do que fizemos aqui. Vivemos? Amamos? Doamos?
Procuramos a pessoa certa a vida inteira, mas já sabemos que a pessoa certa não existe. Existe a pessoa que nos faz feliz, que nos dá segurança, que nos concede força para admirar o azul do céu ao invés de procurar nos livros sagrados as respostas de tudo.
E aí, meus amigos, o egoísmo natural e quase inconsciente que todos nós padecemos nos faz trocar os valores daquele amor que queríamos tanto.
E o que é importante mesmo encontrar na pessoa que poderia passar a vida nos dando vida, simplesmente deixa ser o que interessa.
Na frustrada tentativa de entender a razão das coisas, esquecemos que os processos – os bons e os nem tão bons – são todos gratuitos.
Porém, ainda que haja gratuidade em tudo que se provoca em si e no outro, o universo busca somente merecedores. E essa é a liberdade tão sonhada por todos nós.

*Ju Farias

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