O Caminho do Perdão.
Para quem eu pediria perdão?
Eu pediria perdão a todos que, em algum momento, receberam de mim menos do que eu poderia oferecer. Perdão pelas palavras ditas sem pensar, pelas ausências que machucaram, pelos silêncios que pareceram indiferença. Pediria perdão às pessoas que confiaram em mim e que, de alguma forma, eu decepcionei. Pediria perdão às vezes em que não consegui ser inteiro, em que deixei o medo falar mais alto do que o amor.
E quem eu perdoaria?
Eu perdoaria aqueles que me feriram sem perceber, que me decepcionaram sem intenção, que me deixaram cair porque também estavam tentando se equilibrar. Perdoaria os que me julgaram sem me conhecer, os que me abandonaram quando eu mais precisava, os que não souberam me amar da forma que eu esperava. Porque o perdão não é sobre justificar o erro, mas sobre libertar o coração.
O perdão é um ato de coragem.
Pedir perdão exige humildade. Perdoar exige grandeza. Ambos exigem maturidade. Porque quando pedimos perdão, reconhecemos nossa humanidade. E quando perdoamos, reconhecemos a humanidade do outro. Nenhum de nós é perfeito. Todos erramos, todos falhamos, todos carregamos cicatrizes.
O perdão não apaga o passado, mas abre espaço para o futuro. Ele não elimina a dor, mas transforma a dor em aprendizado. Ele não muda o que aconteceu, mas muda a forma como carregamos o que aconteceu.
Pedir perdão é dizer: “Eu reconheço que te feri, e quero reconstruir.”
Perdoar é dizer: “Eu reconheço que fui ferido, mas não quero viver preso a isso.”
E talvez a maior lição seja perceber que o perdão não é apenas para os outros. É também para nós mesmos. Porque muitas vezes nos culpamos por erros antigos, por escolhas que não deram certo, por caminhos que não seguiram como planejado. E carregar essa culpa é como carregar uma prisão invisível. O perdão próprio é a chave que abre essa prisão.
Então, para quem eu pediria perdão? Para aqueles que merecem ouvir minha sinceridade.
E quem eu perdoaria? Para todos que, de alguma forma, cruzaram meu caminho e deixaram marcas — boas ou ruins.
Porque no fim, o perdão é liberdade.
Liberdade para seguir em frente.
Liberdade para se reencontrar.
Liberdade para viver sem correntes.
*César

