A Lei do Retorno
Todos nós pagaremos as contas.
Não há como escapar dessa verdade silenciosa que rege a vida. Não importa quem somos, não importa o título que carregamos, não importa a posição que ocupamos. A vida é justa em sua própria forma misteriosa. Ela devolve, com precisão, aquilo que lançamos ao mundo. É a lei do voo do bumerangue, sempre a descer nos nossos calcanhares, lembrando que nada se perde, nada se esquece, nada fica sem resposta.
E não importa quantas vezes você mude.
Não importa quantos rostos você vista, quantos caminhos você percorra, quantos amigos você troque ou quantas consciências tente calar. No fim, o que você semeia é o que vai te encontrar. No escuro, quando não há máscaras, quando não há plateia, quando não há distrações, é ali que a colheita se revela. O que você plantou no silêncio dos dias retorna como fruto inevitável.
Se você atira pelas costas, lembre-se: as feridas de alguém foram colocadas com sal.
Cada gesto de injustiça, cada palavra que fere, cada traição escondida, tudo retorna. O princípio do bumerangue ninguém cancelou ainda. Ele continua ativo, invisível, mas implacável. O que você lança, volta. O que você planta, floresce ou apodrece. O que você entrega, retorna multiplicado.
Todos nós pagaremos as contas.
E todos receberão de volta com juros. Escuridão para quem espalhou sombras, luz do sol para quem espalhou esperança. O retorno não é punição, é consequência. Não é vingança, é equilíbrio. Não é castigo, é justiça. A vida devolve exatamente na medida daquilo que foi dado, e às vezes devolve até mais, para que a lição seja aprendida.
O tempo pode passar, mas a lei não falha.
Você pode esquecer o que fez, pode acreditar que ficou escondido, pode pensar que ninguém viu. Mas a vida viu. O universo registrou. E quando menos esperar, o retorno chega. Ele encontra você onde estiver, porque é parte da sua própria história.
E então: você decide hoje.
Decide o que semear, decide o que lançar, decide o que construir. Porque cada escolha é uma semente, cada palavra é um tijolo, cada gesto é um caminho. O futuro não é sorte, é resultado. O amanhã não é acaso, é consequência.
A vida não cobra de imediato, mas cobra sempre.
Ela observa em silêncio, registra em detalhes, devolve em momentos inesperados. E quando o retorno chega, não há como fugir. Ele não pergunta se você está pronto, não espera que você esteja preparado. Ele simplesmente chega, porque é parte da ordem natural das coisas.
Por isso, escolha com consciência.
Seja luz quando puder, seja apoio quando possível, seja verdade mesmo quando dói. Porque tudo o que você entrega ao mundo é exatamente o que o mundo devolverá a você. Se espalhar bondade, receberá bondade. Se espalhar dor, receberá dor. Se espalhar esperança, receberá esperança.
Todos nós pagaremos as contas.
E no fim, o saldo será apenas reflexo daquilo que decidimos hoje. O que você planta agora será o que encontrará amanhã. O que você lança agora será o que retornará aos seus calcanhares. O princípio do bumerangue continua ativo, e ninguém pode cancelá-lo.
*César

