Aprendendo também com a dor

“Só quem já provou a dor, quem sofreu, se amargurou… Viu a cruz e a vida em tons reais. Quem no certo procurou, mas no errado se perdeu, precisou saber recomeçar. Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar, porque encontrou na derrota algum motivo para lutar. E assim viu no outono a primavera, descobriu que é no conflito que a vida faz crescer…”

Padre Fábio de Melo nos fala de contrários e, sobretudo, nos mostra que a sombra realmente só existe quando brilha alguma luz. Um bonito aprendizado também acontece nos momentos de sofrimento. A dor tem poder transformador, ela nos reconecta com a nossa essência, ela tira o nosso foco da superfície e nos faz enxergar além.

Quem já passou por momentos de deserto sabe a importância que tem o choro descontrolado, o coração apertado e a sensação de vazio. Além disso, a dor tem o incrível poder de nos lembrar da nossa condição humana, da nossa condição de seres finitos. Somos tão pequenos, somos tão egoístas… E esquecemos que somos tão frágeis. Esquecemos que nossa vida é passageira e que não temos nenhum controle sobre o nosso tempo de permanência nesse trem.

Então, que pelo menos saibamos aproveitar essa nossa curta trajetória. Chegamos sem nada e sairemos sem nada. Mas eu arrisco dizer que levaremos, sim. Levaremos o amor que cultivamos, levaremos o bem que fizemos para alguém, levaremos os sorrisos que despertamos nas pessoas ao nosso redor, levaremos a paz que nossas palavras já proporcionaram…

Está mais do que na hora de pararmos de perder tempo com mesquinharias e sentimentos que em nada agregam em nossas vidas. Cada vez que deixamos que sentimentos como o ódio e o rancor ocupem espaço em nossos corações, estamos abdicando desse espaço que poderia ser preenchido com amor. Cada vez que levantamos a voz para caluniar ou levantar falso testemunho, estamos perdendo um tempo precioso que poderia estar sendo gasto com palavras de esperança e carinho para com alguém.

E assim a vida vai passando… E assim os nossos dias vão escorrendo quer queiramos ou não. E aí? O que temos feito dos nossos dias? O que temos cultivado em nossos corações? Que pessoas temos permitido que entrem na nossa vida? O que estamos transmitindo ao mundo?

Hoje, convido você a fazer uma breve reflexão e a pensar sobre como tem sido a sua estadia nesse vagão… Como as pessoas tem saído e entrado da sua vida? Sejamos leves, afinal, somos breves. Que as pessoas saiam da nossa vida melhor do que entraram. Que nossas palavras sejam apenas para construir, edificar. Que os nossos sentimentos nos movam sempre na direção do bem. Que o mal não tenha espaço na nossa vida.

E por fim, que o amor seja sempre a força que nos faz acordar todos os dias com vontade de ser alguém melhor, para nós e para os outros.


*Josielly Pinheiro Westphal

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