Sonhos...


O dia amanheceu com um despertar calmo e tranquilo, trazendo até mim uma enorme vontade de confidenciar-te aquilo que estava a sentir naquele momento. Quis dizer-te que te amo, como gosto de ti, que te adoro e infinitas palavras que não conseguiriam descrever na realidade este sentimento que guardo dentro de mim. 

Talvez tenha sido o resultado de um sonho que acabara de me abandonar, mas que deixou em mim um sorriso no rosto, misturado com uma profunda tristeza por entender que tudo não passava de um sonho e que daí em diante, tudo seria igual. No sonho, tive o privilégio de beijar o teu rosto, abraçar-te e sentir do teu corpo uma reciprocidade, manifestada com gestos de carinho. Foi tudo tão real, tão prazeroso que se dependesse de mim, ficaria eternamente naquele sono profundo. Recordo ainda do teu sorriso, dos teus dedos que suavemente deslizavam no meu rosto, do braço que se estendia pelas minhas costas e aproximava o meu corpo do teu. Entretanto, saíste ao pé de mim e numa noite com o céu estrelado, fui pedindo às estrelas cadentes o teu regresso, mas uma vez mais, tudo não passou de um simples sonho.

Porém, fico agradecido pela oportunidade que me foi dada, em que por breves instantes pude esquecer a saudade que atormenta o meu peito e mesmo que hoje não saiba onde te encontrar, além de dentro do meu coração, foi-me dada a certeza que existes e o tempo que já passou, não foi capaz de apagar este sentimento que tenho por ti. Pode o Mundo dar muitas mais voltas, as nossas vidas ficarem ainda mais distantes, nada me fará com que deixe recordar a Mulher que eu mais amei no meu mais profundo coração, na minha mais profunda alma, sem ter que justificar tudo aquilo que acabo de escrever.

Os dias que se acumulam em meses, que por sua vez se transformam em anos, residem cá dentro as recordações de muitos momentos vividos a dois e que hoje apenas se manifestam em retratos que se vão desgastando com o tempo. Neles, manifestam-se duas vidas que outrora se uniram numa só e que subitamente decidem trilhar caminhos diferentes, levando a uma separação que em mim ainda dói. Ainda sinto a tua falta e mais falta sinto de mim, daquilo que consegui ser diante da tua presença serena na minha vida. Nunca mais voltei a ser Eu, nem Tu voltaste a ser a mesma, pela razão do amor em épocas passageiras, virou mágoa, revolta e alguma raiva entre nós. Fomos tão pouco, lutámos ainda menos por uma razão que podia ser a nossa, a razão das nossas vidas. E é isso que ainda hoje me lamento. Baixei os braços rapidamente na esperança que o amanhã viesse modificar os contornos e unir de novo os nossos caminhos, para que juntos pudéssemos voltar a trilha-los.

A esperança morreu, a solidão tomou conta de mim e em momentos de desespero, ainda suplico que as nossas vidas se voltem a encontrar, ao som de um piano que entoe notas de uma singela melodia. Ainda de encontro nas ondas do mar, figura-se nelas a revolta que sinto cá dentro por continuar a viver alimentado por sonhos que jamais se transformarão em realidade, porque a tua teimosia, o teu orgulho, não permite que aceites o que tanto desejo – o desejo de voltar a amar-te com todas as forças e crenças existentes na minha vida e que decido ofertá-las somente a ti, por seres para mim, a Mulher que mais amo, mas que ao mesmo tempo, a Mulher que mais me provoca um vazio que até hoje sou incapaz de preencher.

Gostava que soubesses que aproximam-se datas cruciais e vitais para esta minha vida e seria importante que delas fosses uma participante activa. Não importa que seja um singelo “olá” ou que dos erros que cometi, foste capaz de os perdoar, aliviando assim um peso que carrego às costas. Se assim fosse, concluía que tinha cumprido tudo que havia para cumprir. Amei e fui feliz, abri mão de ti – perdi-te para sempre, mas não prevalece a dúvida, prevalece sim, que fui um Homem capaz de amar, nos bons e menos bons momentos das nossas vidas e que hoje, daria o meu corpo, a minha alma, a minha vida só para te ver feliz, agradecendo a cada amanhecer por te ter conhecido.

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