A sua vida é realmente um exemplo? Então, não julgue!


Quando a hipocrisia vem disfarçada de santidade… 


Essa semana parei um pouco para prestar atenção no comportamento “inquisidor” de algumas pessoas em relação a vida alheia. Geralmente elas se acham no direito de julgar e sentenciar a conduta dos demais, pelo simples fato de pertencerem a alguma religião. E quase sempre são os mesmos discursos “ Deus não aprova” “ Deus não permite” “ Deus diz que é pecado”… É sempre Deus, Deus, e Deus. Mas não seria você que usa o seu nome como um escape, para poder apontar quem está a sua volta ?


Ora, o próprio Jesus falou que antes de apontar o cisco no olho do próximo, você deve antes retirar a trave que está no seu.


Será que somos tão perfeitos e superiores, que realmente temos plenas condições para julgar?


A sua vida é realmente um exemplo? Nada consta a seu respeito? Você tem a total condição para arremessar a primeira pedra? Será que todos erram, e só você é exceção ? E por isso, está sempre a defender a moral, a igreja, a família, os bons costumes…


Bem, então vamos começar com o assunto família : Desde quando a família precisa ser defendida? Aliás defesa de quem ou do que? Ora, todos são livres para constituir uma família, da mesma forma que também somos livres para não constitui-la. Ah, ou será que você, uma ilustre pessoa de bem estaria se referindo que família é somente a junção de homem+mulher = crianças . Sim, e realmente está correto, mas também é família quem ama os de gênero igual, e também há crianças sob sua responsabilidade. Crianças essas que foram de pais que não as quiseram, e justamente do modelo de família que os religiosos tanto defendem como único, um padrão singular a ser seguido.


Já em relação a moral, que eles também alegam defender, que tal moral seria essa? Seria realmente plausível dizer aos outros como se deve viver? Será que só há moral a partir do momento em que todos vivam de acordo com as suas expectativas, crenças e ideologias ? Sim, pois essas pessoas tão puras, santas e incorruptíveis se acham que estão sempre acima do bem e do mal. Bem, fica sabendo que a moral, que vocês impõem aos outros, falta muito em vocês. Como alguém acha-se um exemplo a ser seguido, se lhe falta humildade e respeito a individualidade alheia, e um pouco de boa vontade para ao menos tentar entender o próximo. Como fica a sua moral, sem nenhum pouco de humanidade ?


O que seria também esses supostos bons costumes que você tanto defende ? Mostre ao mundo os seus bons e respeitosos costumes e o seguiremos. Pois, pare para pensar, que o que você só fez até agora foi apontar, criticar, tentar controlar… Vocês “pessoas de bem” realmente se consideram porta vozes e representantes de Deus? Alguém tem mesmo tanta MORAL para isso?


Ora, imagine Deus em sua onisciência, onipresença e onipotência precisando de seres que só fazem gritar, julgar, condenar…


Será que o divino realmente precisa de figuras feitas de carne e osso, e fadadas a mediocridade da hipocrisia, para fazer valer seus estatutos? Pense bem.


Sou a favor do ” Viva e deixe viver “. Por que condenar, perseguir e incitar o ódio, se cada um tem o direito de viver sua vida? Afinal, o livre arbítrio não é considerado divino?


Porque se for reparar bem, mas bem mesmo, quem é FELIZ de verdade, não digo feliz de mentirinha, ou seja, feliz de rede social, tipo só de fachada. Falo de quem está realmente satisfeito com a vida que leva, e por isso não perde tempo tomando conta da vida dos outros e isso é FATO!


Ora, Jesus é conhecido até pelos povos não cristãos como um pregador do amor e da paz, o que realmente é. E porque grande parte dos seus seguidores não podem fazer o mesmo? Lembre-se de que o mundo está doente, e já consta diariamente com inúmeras perversidades, pois em vez de perdermos tempo em ditar o que é certo e errado na vida dos outros, poderíamos nos empenhar muito mais em amar as pessoas, distribuir sorrisos e abraços. Devemos baixar nossas armas, despir nossas armaduras, e levantar a bandeira de paz. É muito melhor manter a união, do que estar com a razão, e de querer estar sempre certo, e abrir mão de ser “o dono da verdade”, já ouviu falar nisso ?


Então, o julgamento a Deus pertence, e somente com Ele essa tarefa deve permanecer.


É quando eu pergunto: E as orações como vão? Para que servem mesmo? A pessoa julga, aponta calúnia, constrange, mas segundo ela, o distante de Deus são os outros. Isso mesmo amiguinhos, Eu, tu, ele, nós… menos ela. Sabe porque ? Por você não compartilhar dos seus mesmos hábitos, pois ela está todos os dias na igreja, está frequentemente em orações. E com a mesma boca que denigre e sentencia outras vidas, utiliza em suas preces e gabações, ao repetir todos os dias e incansavelmente para quem quiser ouvir, que é um ser de fé.


Se você é crente em Jesus, mas é um intolerante com ar de superioridade, sinto te informar, mas você é consequentemente ingênuo, por achar que os demais precisam de sua aprovação para viver. Mas na sua cabeça você já está perdoado, ungido e glorificado, somente por viver em orações e esquentar um assento de igreja! Então está justificado falar mal das pessoas, porque você pode, afinal, você vive em santidade.


Mas o interessante, é que muitas vezes esses “santos” possuem um passado duvidoso, o qual muitos de nós não fazemos nem 1% de tudo o que já aprontaram, mas está tudo certo, o que ninguém viu, ninguém sabe. Pois na mente dessas pessoas, frequentar um templo religioso já anula tudo isso… Quer saber, suas orações jamais vão apagar o que você já foi, mas poderia muito bem servir para consertar o que você ainda é.


Pare de apontar, guarde suas criticas e engula suas calúnias. Porque a máscara da sua devoção é falha, e todos conseguem enxergar. Concluindo, o seu interior desfalece na indignidade da hipocrisia, mas você se ilude na fantasia da sua suposta santidade, e pensa que consegue enganar o mundo.


Ah! Vale lembrar que os erros dos outros são apenas diferentes dos seus.


*Alfreda Veríssimo


Direitos autorais da imagem de capa: stocking / 123RF Imagens


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