Parece que fomos feitos um para o outro

Dia desses li uma frase que falava mais ou menos assim: “o amor é feito a sorte, é preciso arriscar se você quiser ter”. Isso diz muito sobre a forma como eu encaro a minha vida. E sobre como você encara a sua também. Amor é um grito mudo que a gente escuta com o coração, mas não é todo mundo que consegue ouvir. Precisa ter coragem! Coragem pra saber entender que é ele, coragem pra não fugir quando se dá conta de que é ele, coragem pra enfrentar o medo de ser ele, pra vencer a insegurança, os “e se…” que aparecem quase o tempo todo. Coragem pra ficar mesmo com tantas incertezas. Coragem pra arriscar. E eu vejo muita coragem em nós.

Se há alguns meses me perguntassem o que era o amor pra mim, eu teria na ponta da língua uma resposta toda elaborada sobre sintonia e afinidade e dedicação e passar por cima dos obstáculos pra fazer dar certo no final. Mas não! O amor dá certo desde o começo. Eu achava que ele era muito complicado. Hoje não. Hoje, o amor pra mim se resume ao seu sorriso. Aquele de canto que você dá quando me olha achando que eu não estou vendo. Aquele que você nem percebe grudado nos seus lábios enquanto me escutar dialogar sobre situações que nem sempre fazem sentido. Aquele que eu sei que tá lá, mesmo quando você está há quilômetros de distância olhando pra nossa conversa não celular. Aquele que é meu.

O amor é leve. É engraçado. É descomplicado. É uma manhã ensolarada de domingo com café na cama e um cafuné preguiçoso antes de levantar. É um picolé de limão em uma tarde de calor insuportável. É a certeza que eu tenho desde a primeira vez que te vi de que a gente não é dessa vida. Somos de outras. Nossos caminhos já se cruzaram antes, por isso desde o começo foi intenso demais. Se alguma vez eu ouvi falar sobre alguma teoria de alma gêmeas, tenho certeza de que a explicação parecia com a sensação que eu tenho cada vez que encaro seus olhos enquanto você encara os meus. É um choque que percorre do dedinho do pé ao último fio de cabelo. É uma paz que silencia todo caos do mundo inteiro.

Agora eu consigo ver que apesar de todo aquele romantismo shakespeareano, a coisa toda é muito mais simples do que eles pintam. A coisa, no caso, é o que tá morando dentro da gente. Ela é bonita, tranquila e boa. Faz a gente suspirar de-va-ga-ri-nho e sentir que o universo tá completo só por ter os dois juntinhos. Talvez paixão seja aquilo que tira o nosso mundo do lugar e amor o que o coloca de volta onde ele deve estar. Eu já tive várias paixões, hoje é mais que isso. Sabe. sempre fui meio fã dos clichês, dos finais felizes, das histórias que parecem ter sido feitas à mão por um romancista dos anos 60. Talvez por isso eu seja tão fã da gente. É engraçado, mas quando eu te olho, parece que fomos feitos um para o outro. Espero não estar errada.


* Gabriela Freitas

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