Cuidado para não se queimar.


Sapos são animais pecilotérmicos, que diferentemente de nós (homeotérmicos), sua temperatura corporal varia de acordo com a temperatura do ambiente. Estudos demonstram que quando um sapo é colocado em um recipiente com a água em temperatura ambiente, ele  não tenta pular.  Se a água for  gradualmente aquecida até que ferva, ele morre cozido por ter gasto toda sua energia se adaptando à variação de temperatura em vez de pular enquanto ainda tinha energia. Se o sapo fosse jogado nesse mesmo recipiente já com água fervendo, saltaria, imediatamente, para fora.⁣

Todos nós precisamos nos ajustar às pessoas e às situações, mas temos que ter certeza de quando precisamos nos ajustar e quando precisamos seguir em frente.⁣

Assim como o sapo, também podemos aguentar por muito tempo certas situações devido à dependência emocional, relacionamento abusivo/destrutivo, ou talvez porque não temos inteligência emocional  para saber o que é normal e o que não é. Podemos gastar nossa energia tolerando situações até se queimar,  em vez de pularmos a tempo de nos salvar: a "síndrome do sapo fervido".⁣

Às vezes, nossa capacidade de tolerar as coisas vai muito longe e nossa força e esperança vão consumindo nossa energia. Precisamos reconhecer nossos próprios sentimentos, e parar de boicotá-los dizendo a nós mesmos que talvez isso seja normal. Se nos sentirmos constantemente mal com a mesma situação ou com a mesma pessoa, algo está errado. É preciso pular. Não se trata de fugir, mas de abandonar a panela enquanto ainda temos energia. ⁣

Quem tolera muito, raramente tem força suficiente no final para pular ou tentar mudar a situação: o estrago já pode estar feito e internalizado. ⁣

Pule enquanto ainda têm forças.


*Thiago Sian Andriolo


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