O amor que dói… é aquele que você deu inteiro.

 


Existem amores que chegam como sol em dia nublado.
Você se permite acreditar, se abre, se doa, se despe de medo.
Entrega tempo, afeto, paciência.
Entrega sua versão mais bonita — às vezes até aquela que você nem sabia que existia.

Você reorganiza sua vida, seus planos, seus espaços.
Diz “sim” quando quer dizer “não”, espera quando já está exausto.
Você torce pra dar certo, torce pra ser recíproco.
Acredita que o amor, quando genuíno, vai ensinar o outro a enxergar.
Mas nem sempre enxerga.

Porque nem todos sabem lidar com o precioso.
Nem todos reconhecem o que é raro.
E o que é raro, quando não valorizado, dói. Dói fundo.

Dói saber que você fez tudo que podia.
Dói perceber que o outro sequer notou o esforço.
Dói ter dado amor e recebido silêncio.
Dói o vazio deixado por expectativas não correspondidas.

E aí vem aquele momento em que você se pergunta:
“Será que fui demais? Será que o problema é ser inteiro num mundo que vive pela metade?”
Mas não… você não errou por amar.
Não errou por acreditar, por tentar, por insistir no sentimento.
O erro nunca está na entrega —
está na falta de reciprocidade,
na indiferença disfarçada de liberdade,
na ausência que se mascara de espaço.

Amor que dói é aquele onde você se esforça pra permanecer…
mas percebe que está sozinho.

É aquele onde cada detalhe seu passou despercebido,
onde cada gesto foi recebido com distração,
onde o melhor de você não foi sequer notado.

Mas ainda assim… você aprendeu.
Aprendeu que amor não é sacrifício.
Que quem te ama não te exige — te acolhe.
Que reciprocidade é o mínimo, não o prêmio.

Você sobreviveu ao amor que machuca.
E isso já é prova de força.
Porque amar em tempos de ego… é um ato de coragem.

Que esse texto te abrace,
te lembre que você é suficiente, mesmo quando não reconhecem.
Que o amor não deve te apagar.
Ele deve te ampliar.

E que depois do amor que dói…
vem o amor que cura.
Seja dos outros.
Ou seja o seu próprio.


*César

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