Feliz Natal! É sempre tempo de recomeçar…

Então é Natal…
Não, eu não vou perguntar o que você fez, aliás acho muita indiscrição da parte da Simone vir perguntar isso todo ano. Também não quero dar uma de papai noel para querer saber se você se comportou bem a fim de lhe dar o presente que você pediu na cartinha, tampouco vim condenar ou absolver porque não fico bem no papel de juiz, só desejo que você pare por um instante os preparativos da ceia, deixe um pouco de lado a lista de presentes e olhe para você…
Não, não estou pedindo para checar o visual no espelho, pois ele é só um mero instante da sua incrível jornada na Terra. Muito em breve ele não será mais parte da sua realidade. Não desse jeito! O convite é para olhar para dentro de você.
Mas no natal a gente não precisa ajudar o próximo? Pensar um pouco mais nos outros? Estender a mão?
Sim, sim e sim! No natal, na folia de reis, no carnaval, no halloween, no dia internacional de proteção às borboletas indianas, em cada momento que você respirar. A generosidade não é sazonal.
Acontece que olhar para dentro nos ajuda a olhar o outro.
O mundo que vemos é um reflexo do mundo que somos.
Você só consegue estender a mão, se encontrar dentro de si forças para ajudar o outro a se levantar, só pode dar o bem se tiver certeza que ele existe dentro de você.
Entretanto essa viagem não é fácil. Ela é solitária, dolorosa, porém fascinante e evolutiva.
Você carimba o passaporte quando opta pela abertura de alma, quando decide fazer uma viagem plena, sem reservas, quando resolve mergulhar de cabeça na complexidade de ser você.

Não tenha medo se encontrar alguns fantasmas da sua existência. Arrependimentos, crenças limitantes, defeitos que ainda não consegue extirpar.  Não fuja do que lhe envergonha, mas perdoe-se e abandone os hábitos que lhe conduzem aos mesmos caminhos. Não faça comparações com ninguém que não seja com você mesmo no passado, não camufle seus erros com desculpas e vitimismo. Assuma a responsabilidade de ser quem é e de ter sido quem foi para que possa conseguir vir a ser o que deseja e precisa ser. Seja humilde, mas não confunda humildade com complexo de inferioridade e reconheça as qualidades que enfeitam esse templo chamado você.
Visite cada recôndito, aprecie cada detalhe. Não se envaideça, nem se menospreze. Tenha plena consciência de quem é, e de quem pode vir a ser, pois você pode ser tudo o que quiser (não vou citar a música “lua de cristal” da Xuxa, mas até que ela se encaixaria muito bem aqui).
Volte da viagem quando estiver pronto para viver diferente, quando sentir orgulho das suas cicatrizes e do que você aprendeu com elas, retorne apenas quando deixar de lado a amargura pelas lágrimas derramadas, o azedume de não aceitar e não se aceitar.
Aí sim estará pronto para viver um feliz Natal e para fazer do Natal de outras pessoas um momento cheio de significado. 
E se nada disso for o bastante, chame a Simone para mostrar que é sempre tempo de recomeçar, afinal “o ano termina e nasce outra vez”. Sempre!
Feliz natal!

*Giselle Ribeiro

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