Carta aberta para um ano em que SOBREVIVER foi mais importante do que VIVER


Se nos anos anteriores eu ansiava pelo momento de escrever um textão sobre balanço do meu ano, posso dizer com toda a certeza que este ano só deu tempo mesmo de pensar em sobreviver.


dou os meus parabéns para quem achou que este ano não foi tão ruim assim. para quem entendeu que, apesar de tudo, o importante era seguir em frente e tocar a vida – afinal, o que se pode fazer, né? aos envolvidos que conseguiram manter essa sanidade mental, feliz ano novo antecipado.



o ano que sobrevivi foi só pancada mesmo. e que surra. não me lembro do meu emocional ficar tão caótico e os meus dias tão bagunçados desde que estudar para uma prova final de matemática acabava com qualquer perspectiva de felicidade.


este ano doeu pra valer. doeu muito. ainda dói e acredito que mesmo quando ele se tornar passado, muitas cicatrizes vão permanecer dele. o meu emocional passou de tudo um pouco, menos naquela parte importante e saudável chamada equilíbrio.


manter o equilíbrio este ano passou longe. mas longe para um ca****. gostaria de poder chegar agora e dizer que aprendi várias coisas novas, que tive várias ideias revolucionárias e que a minha vida alavancou de vez. se eu consegui me divertir alguns dias, esses foram apenas para não surtar.



não quero soar pessimista ou ingrato, mas não tem como eu sair deste ano inteiro e esbanjando a minha melhor versão. tô abaixando as cortinas deste ano em completo desgaste, com o saldo emocional no limite do negativo para não entrar no limbo existencial.


tiveram coisas boas este ano? algumas. agradeço, reconheço e tenho orgulho delas. mas não é por isso que eu vou sentenciar – que ano maravilhoso, que sorte a minha.


quando sobreviver deixa de ser na teoria e na prática mais importante do que viver é porque a tempestade não deu trégua. agora eu só posso tentar manter a calma, aguentar mais uns dias e ver no que vai dar o ano que vem.


vivi, mas não vivi. sobrevivi com requintes de não deixar saudades. cheguei até aqui sabe-se lá como. este ano machucou e eu tenho o direito de reclamar, deitar em posição fetal e chorar até soluçar.


*Guilherme Moreira Jr

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