“A mudança que você tanto deseja pode estar na decisão que você nunca toma”

Comece agora. E comece pelo que não está bom. O que você precisa deixar morrer na sua vida para realmente começar a viver de verdade?
Do que você mais reclamou no ano passado? Do seu trabalho? Do seu corpo? Dos seus relacionamentos? Da sua conta bancária? Da sua falta de vontade de fazer o que você sabia que precisava ser feito? Da falta de tempo para estar com quem você ama? Da falta de tempo para cuidar mais de você? Das desculpas dos outros? Das suas próprias desculpas? Da vontade de descontar todas as suas angustias e frustrações na comida, na bebida, nas pessoas, na política, no que for? Da falta de apetite pela vida? Da falta de alegria pelas coisas simples e de perspectiva em relação a um futuro que mais o desanima do que o motiva? Do que é que você menos se orgulha quando olha para trás?
O que lhe causou mais dor, mais frustração e até mais arrependimento no passado?
Toda vez que um novo ciclo se inicia, começa também uma nova busca pelo nosso real propósito na vida ou, ao menos, por novas metas, novos sonhos, novas conquistas, nova direção. É como se uma simples mudança no calendário despertasse em nós a vontade sincera de “agora, sim” direcionar a nossa atenção e a nossa energia para o que realmente precisa ser feito. E deixar ir embora o que tiver que ir, para que o novo possa entrar por cada frestinha da janela.
Quase como um rompante… Ano novo, vida nova. Só que não. Sabe por quê? Simples.
Mudanças não dependem apenas da força do nosso querer. Mudar é verbo. Mudar é ação.
No entanto, entre o querer e o fazer pode existir o espaço imenso de um oceano, já percebeu? Principalmente para aquele que só espera e nada faz, que só reclama e nada faz, que só justifica e nada faz, que quer tudo sempre de mão beijada, mastigado, trabalhado, desenhado, traduzido, simplificado e muito bem escolhido, sem erros e tropeços. E sem que tenha que tomar providência de nada de coisa alguma. Ou se autorresponsabilizar.
Porque é isso. Aceitação é diferente de comodismo. E ativar o modo reclamador também não vai levá-lo a lugar algum que realmente valha a pena.
Enquanto você não mudar internamente primeiro, entendendo que ninguém tem o poder de mudar ninguém a não ser a si mesmo, e que pensamentos e comportamentos repetitivos o levarão sempre aos mesmos caminhos e resultados, sua vida será apenas uma mera repetição de antigos padrões e promessas não cumpridas.
Você precisa agir. Começar realmente. E começar implica em assumir riscos, dar a cara à tapa, entrar pra valer na arena da vida, abraçar as suas vulnerabilidades, trocar as suas certezas de lugar, abandonar o discurso de vítima do mundo e fazer o que precisa ser feito apesar de. Apesar da preguiça. Do desânimo. Do medo. Das críticas. Dos julgamentos. Dos fracassos. Do passado. Dos outros. De tudo.
Começar. Começar pra valer.
Sem desculpas esfarrapadas ou muito bem-elaboradas. Sem meio-termo. Sem corpo mole. Sem pé atrás.
Porque começar também pressupõe confiar. Na vida. Nas pessoas. Em si mesmo. Confie. E comece.
O que não estava bom? O que continua muito ruim? Do que você mais reclamou lá atrás? O que mais o incomoda?
Quer continuar com a mesma ladainha de sempre ou está realmente disposto a traçar metas realistas (específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e com tempo para acontecer) para cocriar de fato uma realidade de mais coisas boas e menos reclamação?
Aquilo que você tanto reverberou no passado é um indicativo precioso do que precisa ser melhorado, mudado ou abolido de vez do seu presente.
“Talvez a mudança que você tanto deseja esteja na decisão que você nunca toma”.
Comece agora. E comece pelo que não está bom. O que você precisa deixar morrer na sua vida para realmente começar a viver de verdade?
Deixe ir. Por favor. Por você. Comece.

*Ana Paula Ramos

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