É dando que se recebe…

Às vezes ficamos magoados com as pessoas porque avaliamos que estas não se interessam por nós e por nossos problemas.

Acreditamos que o outro é indiferente, que nossos familiares não ligam a mínima pra gente, pais, irmãos, filhos, etc.

Mas vamos pensar no inverso, e nós nos preocupamos em saber como de fato está indo a vida dessas mesmas pessoas que consideramos ausentes e desinteressadas?

Ligamos para perguntar como eles estão? Oferecemos ajuda em caso de necessidade, sobretudo às pessoas que nos são mais próximas, dentro de nossos lares e de nossas famílias?
Marcamos presença mesmo que seja com um olá por telefone, e hoje em dia com tantas facilidades, não há desculpas para não dar um bom dia, perguntar sobre a pessoa, mandar um beijo, fazer-se presente?

Então! Se você fez uma reflexão sincera e chegou à conclusão de que não demonstra o seu interesse pelo outro, não se preocupa em saber da sua vida, o que está acontecendo com ele ou quando faz contato é porque tem algum interesse próprio por trás não terá o direito de queixar se de “abandono”.

Quantas vezes no último ano contatamos um amigo de quem dizíamos próximos, cujas circunstâncias da vida não mais permitiram um contato diário?  Ou até mesmo um irmão que, muitas vezes, mesmo sabendo de uma situação desfavorável, nem mesmo temos a disposição de dar um telefonema e perguntar como ele se sente sobre o seu problema? Mesmo que não possamos ajudar de forma prática, a demonstração de interesse faz enorme diferença.

Então, nós nos julgamos no direito de ficar melindrados quando somos esquecidos, quando somos ignorados, quando estamos carentes e desejamos que as pessoas demonstrem afeto e interesse por nós e por nossas questões.

Sentimo-nos sós, como se fossemos o mais injustiçado dos seres humanos, pois esperávamos que o outro, através de sua bola de cristal, adivinhasse que não estamos bem, mesmo que nós mesmos tenhamos deixados de contatar há tempos essas pessoas, pois, muitas vezes, devido à correria da vida, nós nos afastamos até mesmo de pessoas por quem temos grande afeto e só vamos perceber essa distância na hora em que uma dor bate à nossa porta, quando nos sentimos fragilizados, só então vamos perceber a falta que faz aquele contato estreito

As relações são vias de mão dupla e como dizia São Francisco, “é dando que se recebe”.
Sem dúvida, ele não quis dizer com isso que devemos fazer coisas boas esperando recompensas, algo em troca, mas sim que a reciprocidade se retroalimenta, o que oferecemos nos é devolvido, de alguma forma, o que plantamos, invariavelmente, colhemos.

Então, antes de reclamarmos ausência ou desinteresse de alguém, analisemos o quanto somos disponíveis, o quanto demonstramos que estamos, ainda que em pensamento, conectados a eles e meçamos a frequência de nossa presença em suas vidas. Talvez aÍ, encontremos as respostas para o comportamento ausente daqueles que julgamos indiferentes conosco.

*Helena Fernandes

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