Todo diamante é valoroso, mesmo que cercado por lama!

Um diamante terá menos valor só por estar coberto de lama? Deus vê a beleza imutável da sua alma. Ele sabe que nós não somos os nossos erros”.
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”. – Fernando Teixeira Andrade.

Em alguns momentos, simplesmente sabemos, bem no íntimo, que precisamos mudar. As velhas roupas que nos vestem a alma já não nos servem mais. Estão amareladas, desbotadas, cheirando a mofo. É como não saber para onde ir, tendo a certeza de que é necessário partir. Faz-se vital lançarmo-nos ao sol. Mesmo que ele esteja ofuscado por entre nuvens.

É difícil e por vezes, acreditamos que não somos capazes, que não daremos conta do recado. Desacreditamos da nossa força interior. Acreditamos, que somos frágeis em demasia para alcançar o que trilhamos ou naquilo em que precisamos nos jogar de cabeça, simplesmente por ser a melhor entre as poucas opções que se apresentam.

A mudança pode começar por fora, mas é o interior que precisa mudar. Imutável é, somente a nossa essência, o que realmente somos, a nossa alma. Paramahansa Yogananda explica ao questionar-nos: Um diamante terá menos valor só por estar coberto de lama? Deus vê a beleza imutável da sua alma. Ele sabe que nós não somos os nossos erros”.

Algumas pessoas falam ao vento quem pregam o perdão e não perdoam nem mesmo a si. Apontam dedos que não gostariam de ter virados em sua direção. Os atos que não condizem com a teoria são como um violão sem corda, como um falso moralismo que destoa daquilo que se diz acreditar. Ser perfeito é ser chato. Não tem graça nenhuma a perfeição. Quer coisa mais imperfeita que sentimento? Há mais razão na loucura do que na normalidade. Tem problemas que criamos e que quando os alimentamos tornam-se monstros, que se descuidarmos nos engolem por inteiro.

É como ter medo do escuro e se recusar a levantar da cama para ascender à luz. Tem gente que se sabota, elabora um novo plano quando a felicidade parece não lhe cair tão bem como outrora. Desistir é mais fácil, mas pode não ser a melhor escolha. Nobre é persistir, não no erro, mas na tentativa incansável do acertar. Viver em paz é tão simples, do que adianta complicar? Desperte o leão que mora dentro de você quando necessário, caso contrário, seja leve como uma pluma, como uma “bolha que flutua por aí”.

E quem melhor que Martha Medeiros para nos estimular com suas palavras ao profetizar?: “Desaprender para aprender. Deletar para escrever em cima. Houve um tempo em que eu pensava que, para isso, seria preciso nascer de novo, mas hoje sei que dá para renascer várias vezes nesta mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar”.

* Karol Pinto

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