Como Se Fosse o Último

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último para dizer “obrigada”. 
O último para dizer “me desculpa”. 
O último para dizer “eu te amo”. 
O último para abraçar cada pessoa amada com aquele abraço bom que faz um coração cantar para o outro. 
O último para apreciar a vida com o entusiasmo que não guarda nenhuma delícia nem ternura pra depois. 
O último para fazer as pazes. Para desfazer enganos. Para saborear com calma, como se me servissem um banquete, a preciosidade genuína que cada único respiro humano representa...

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. Eu não perderia uma chance para me presentear com os agrados que me nutrem. Eu criaria mais oportunidades para dizer o meu amor. Para expressar a minha admiração. Para destacar para cada pessoa a beleza singular que ela tem. Para compartilhar. Eu não adiaria delicadezas. Não pouparia compreensão. Não desperdiçaria energia com perigos imaginários e com uma série de bobagens que só me afastam da vida.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último, porque pode ser.

(Ana Jácomo)

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