Vida Renovada

Disse ela que fora a dezenas de
consultas, realizara muitos exames, conforme solicitações médicas e, por fim,
recebera o diagnóstico.
Era portadora de uma moléstia
incurável e seu tempo máximo de vida seria de quatro meses.
A família reagiu mal, espantando-se
de que ela desse aquela notícia terrível, com tamanha tranquilidade.
Mas, a senhora disse que teria cento
e vinte dias para fazer tudo o que desejava.
Arrumaria seus armários, doando tudo
que pudesse a alguém servir e jogaria fora o que era imprestável. Ficaria com o
estritamente necessário para seu uso.
Trocaria as cortinas das janelas.
Elas a impediriam de ficar bisbilhotando a vida alheia.
Tiraria o pó da casa, diariamente e
ficaria pensando que devia se libertar de todas as sujeiras que guardara do
passado.
Alimentaria sua alma com leituras
saudáveis e conversas amenas. Evitaria criticar as pessoas e o mundo.
Perdoaria todas as pessoas que a
haviam magoado.
Agradeceria a Deus por sua vida,
toda manhã e faria, pelo menos, uma boa ação a cada dia.
Assim, quando partisse para a outra
vida, teria, ao menos, cento e vinte boas ações realizadas.
* *
*
A morte é, com certeza, o que de
mais certo há na vida. Ninguém dela foge. Pode demorar, mas dia chegará em que a
pessoa abandonará o corpo físico.
Podemos temê-la ou agir como a
senhora da nossa história: propor-se a fazer algo de útil e bom.
E é bem possível que nos
surpreendamos com a melhoria da qualidade de vida pessoal.
É verdade: quando passamos a pensar
e agir no bem, modificamos nossa estrutura psíquica e, consequentemente, a
alegria, o bem-estar passam a fazer parte das nossas horas.
E se você deseja saber o que
aconteceu com a senhora da história, acredite: ela viveu mais vinte e três
anos.
Erro de diagnóstico?
Não! É que ela pensou que estava
condenada à morte em pouco tempo e resolveu mudar esse restante de vida que lhe
restava.
Ao transformar o seu mundo interior,
ao se transformar em uma pessoa totalmente diferente do que fora, curou sua
alma.
Consequentemente, curou-se da doença
física.
Por isso, se a enfermidade
nos visita, aproveitemos para reflexões valiosas em torno do
comportamento e da reprogramação das atividades.
Pensemos na saúde e a desejemos
ardentemente, sem imposição, sem pressão, mas com nobre
intenção.
Libertemo-nos de todo entulho
mental, que nos pode intoxicar: mágoas, ódios, ciúmes, vinganças, invejas,
amarguras.
Vinculemo-nos a Deus de onde emanam
todas as forças e aspiremos os recursos necessários ao reequilíbrio.
Reabasteçamos a mente com
pensamentos de paz, de compaixão, de solidariedade, de perdão e de ternura,
envolvendo-nos, emocionalmente com a vida, de forma a nos
sentirmos nela integrados, conscientes e felizes.
Confiantes, avancemos, vitalizados
pelo hálito da fonte geradora de vida, nosso Pai Criador