Juliana Marins
É difícil olhar para essa imagem e não se
entriscer. Uma jovem sozinha,
corpo frágil em meio à imensidão de um
vulcão. Um cenário extremo, inóspito
que parece ter saído de um filme
pós-apocalíptico. Mas foi real. Foi na
beira do Monte Rinjani, na Indonésia, que
uma brasileira teve seus últimos
momentos. Muitos veem apenas a tragédia. E, de
fato, é impossível ignorar a dor,
sofrimento, a angústia de quem parte
assim, e a dor ainda maior da família que
fica. Mas, olhando com os olhos da
eternidade, algo mais profundo se revela:
O amor e a misericórdia de Deus, mesmo
em meio à dor.
Pode soar loucura dizer isso. Pode
parecer insensível. Mas é exatamente o
contrário. É profundo amor. Um amor
que, se preciso for, nos leva ao limite,
Nos coloca em lugares tão extremos, na
beira de um vulcão, no meio do nada,
sem ninguém por perto, só para nos dar
a chance de olhar para o alto, de dobrar
os joelhos, de reconhecer nossa total
dependência dElel Às vezes, é
no fundo do poço que a alma finalmente grita por
salvação. Deus não causou isso. Ele não desejou
essa tragédia. Temos livre-arbítrio,
fazemos escolhas, e com elas colhemos
consequências. Mas Ele é mestre em
transformar tragédias em pontes. E se,
naquele lugar gelado, solitário e
assustador, ela voltou seus olhos para
céu...então ali aconteceu o maior milagre
de todos: a redenção,
Enquanto muitos partem em aparente
paz, dormindo em camas confortáveis,
mas longe de Deus, ela partiu num
cenário cruel, mas talvez tenha partido
reconciliada com o Criador. Quem pode
saber? Só o céu. Mas uma coisa é certa:
Deus estava ali. Ele nunca a abandonou.
E se esse vale da sombra da morte
Serviu para levá-la à vida eterna, então houve
vitória, sim. Houve misericórdia.
A vida nesta Terra não é o fim, é o
caminho. E o propósito de Deus nunca foi
apenas nos dar uma vida longa e
confortável aqui, mas sim nos levar de
volta para casa. E, às vezes, Ele precisa
permitir que tudo se quebre para que a
alma, finalmente, se renda.