"Ter que” é uma Opção

“Nada é mais difícil e, portanto, mais precioso, do que ser capaz de decidir.”
Napoleão Bonaparte


Todo mundo gosta de falar sobre liberdade de escolher. Afinal, esse é um dos princípios básicos sobre os quais a nação brasileira está fundamentada. Mas, quase sempre tendemos a achar que grande parte do que fazemos na vida nos é imposto. Isto é verdade?

Nós temos escolhas, mais escolhas do que nos permitimos ver. Podemos sentir-nos presos em nossos relacionamentos, nossos empregos, nossa vida.

Podemos estar trancados em nossos comportamentos quando nos ouvimos dizendo: “Tenho que…”. “Tenho que comportar-me assim, pensar assim, sentir assim…”, podemos ter certeza de que estamos escolhendo não ver as escolhas.

A sensação de estarmos presos é uma ilusão. Não somos controlados por circunstâncias, por nosso passado, pelas expectativas não saudáveis para com nós mesmos. Podemos escolher o que é bom para nós, sem culpa. Nós temos opções. Você precisa ir trabalhar, por exemplo? Basicamente, não.

Você pode escolher ficar deitado na cama, fingir que está doente ou ir morar com alguém disposto a sustentá-lo. Você pode ganhar abaixo do mínimo para o desconto em folha, tentar enganar a Receita Federal, desistir da sua cidadania, ser preso, ou investir em aplicações isentas de impostos que durem até você morrer – depois disso, seus herdeiros pagarão os impostos.

Você precisa trabalhar até tarde da noite? Não exatamente. Você não tem que fazer isso. Muita gente se sente compelida a trabalhar até tarde. Mas, quem compreende o que seja autodeterminação positiva opta por fazer isso ocasionalmente porque percebe que tem compromissos que exigem que certas coisas importantes sejam feitas.

Na verdade, não há nada que precisemos fazer muito. Escolhemos fazer o que fazemos porque ganhamos com isso e é a melhor opção entre as alternativas. As pessoas que sentem que têm que fazer coisas em geral se privam de muitas opções e alternativas disponíveis e perdem o controle de suas vidas nessa barganha. Mas, quem está consciente de que possui poder de decisão – que exerce o controle sobre o que lhe acontece – pode escolher respostas mais eficazes para as mudanças e para o que a vida lhe oferece.

Os japoneses cultivam uma delicada e pequena árvore, tão pequena que sua altura não passa de uns poucos centímetros. Eles a chamam de Bonsai. Na Califórnia, encontramos um bosque de árvores gigantes chamadas secóias. Uma dessas gigantes foi batizada de general Sherman. Esta magnífica árvore, que atinge a surpreendente altura de 82 metros e sua circunferência é de 23,7 metros, é tão grande que seria possível produzir madeira suficiente para construir 35 casas de cinco dependências.

Houve um tempo em que o bonsai e o general Sherman mediam o mesmo. Quando eram sementes, cada uma pesava menos de 0,01 grama. Ao chegar à maturidade, a diferença em tamanho era considerável; e esta diferença nos ensina algo.

Quando a ponta da árvore Bonsai rompe a camada de terra, os japoneses a desenterram, amarram sua raiz principal e algumas das raízes de alimentação, o que conseqüentemente impediu
seu crescimento. O resultado é uma miniatura. Muito bonita – é verdade – mas, ainda assim, uma miniatura. A semente do general Sherman caiu em uma terra rica da Califórnia e se alimentou de minerais, da chuva e da luz do sol. O resultado foi uma árvore gigantesca.

Tanto o Bonsai quanto o general Sherman não puderam escolher seus destinos. Mas, você sim. Pode ser tão grande ou tão pequeno como desejar ser. Pode ser um Bonsai ou general Sherman. Você escolhe.


Autor: Daniel Carvalho Luz

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