O Coração Sempre Sabe


Há momentos na vida em que queremos fechar os olhos para certas verdades. A realidade pode ser dura, e é natural querer ignorar o que nos machuca, o que nos desafia ou o que nos obriga a tomar decisões difíceis. Fechar os olhos é uma escolha, um mecanismo de defesa que nos dá a falsa sensação de que, ao não ver algo, ele deixa de existir.

Mas o coração... Ah, o coração é diferente. Ele não funciona com a lógica fria da mente nem com a praticidade do olhar que se desvia. O coração sente, e sentir é inevitável. Não importa o quanto tentemos negar, esconder ou ignorar, aquilo que verdadeiramente nos toca continuará pulsando dentro de nós.

Podemos evitar encarar uma situação dolorosa, fugir de conversas difíceis ou fingir que certos sentimentos não existem. Mas quando o coração sente, ele não pede permissão. O amor, a saudade, a tristeza, a esperança—todos eles se manifestam independentemente da nossa vontade. Sentimentos não têm interruptor, não podem ser desligados como uma luz que escolhemos apagar.

Talvez o segredo não seja tentar fechar o coração, mas sim aprender a escutar o que ele tem a dizer. Se algo nos incomoda, é porque há algo a ser resolvido. Se um sentimento persiste, é porque há uma verdade que precisa ser enfrentada. Quando deixamos de lutar contra o que sentimos e começamos a compreender os sinais que nosso coração nos dá, encontramos clareza, aceitação e, muitas vezes, um caminho que antes parecia invisível.

Não podemos escolher o que sentimos, mas podemos escolher o que fazer com esses sentimentos. Podemos aprender, crescer e transformar dor em aprendizado, saudade em gratidão, amor em coragem. E, no fim, perceberemos que não há necessidade de fechar os olhos, porque quando olhamos para dentro de nós mesmos com sinceridade, descobrimos que o coração sempre soube o caminho.


*César

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