Sempre aprendendo


Tenho aprendido que grande parte daquilo em que juramos acreditar pode ser somente crença alheia que a gente não passou a limpo.


Que pode haver algum conforto no acordo tácito da hipocrisia, mas ele não faz a vida cantar.


Que se não tivermos um olhar atento e generoso para os nossos sentimentos,

podemos passar uma jornada inteira sem entrar em contato com o que realmente nos importa.


Que aquilo que, de fato, nos importa, pode não importar a mais ninguém e isso não tem importância alguma.


Que enquanto não nos conhecermos pelo menos um pouquinho, rabiscaremos cadernos e cadernos sem escrever coisa alguma que tenha significado para nós.


Tenho aprendido com o tempo que quando julgamos falamos mais de nós do que do outro.


Que a maledicência acontece quando o coração está com mau hálito.


Que o respeito é virtude das almas elegantes.


Que a empatia nasce do contato íntimo com as nuances da nossa própria humanidade.


Que entre o que o outro diz e o que ouvimos existem pontes ou abismos,

construídos ou cavados pela história que é dele e pela história que é nossa.


Que o egoísmo fala quando o medo abafa a voz do amor.


Que a carência se revela quando a autoestima está machucada.


Que a culpa é um veneno corrosivo que geralmente as pessoas não gostam de ingerir sozinhas.


Que a sala de aula é a experiência particular e intransferível de cada um.


*Ana Jácomo


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