Somos todos diferentes
Há, em
cada pessoa, dentro de cada um de nós, um universo próprio, construído ao longo
de nossas vivências.
Nada,
daquilo que vive e pulsa em nossa mente e em nosso coração, foi dado
gratuitamente. Ou se desenvolveu, por acaso, em nossa
intimidade.
Toda
nossa capacidade intelectual é fruto de esforço, dedicação,
empenho.
Se há
entre nós aqueles mais ou menos dotados no aspecto intelectual, se uns
apresentam maiores capacidades intelectuais que outros, é porque nossos
caminhares foram diferentes até aqui.
No
aspecto emocional, faz-se da mesma forma. Alguns dispõem da tolerância, outros
são menos compreensivos. Há os que são mais amorosos, outros mais frios e
racionais.
Alguns
trazem no coração a vingança, outros já superaram e conseguem viver o
perdão.
Todas
essas nossas peculiariedades são naturais, posto que estagiamos, em diferentes
momentos, na conquista da perfeição.
Cada um
de nós escreveu sua própria história, da qual hoje se torna herdeiro, vítima das
próprias dificuldades que criou, ou beneficiário das virtudes que já
desenvolveu.
Dessa
forma, todas as pessoas que cruzam nossos caminhos estão, em algum momento de
sua história, de volta à Terra para progredir, melhorar, conquistar valores
nobres.
Alguns,
mais amadurecidos, encaram a vida como oportunidade de trabalho e
conquista.
Outros,
necessitam que a dor os desperte para uma percepção mais nobre da
vida.
Há
muitos que ainda optam por caminhos infelizes, construindo um amanhã doloroso,
mas inevitável.
Entretanto, estamos todos a caminhar nesse objetivo de sermos Espíritos
perfeitos.
Aqueles
que hoje criam empecilhos, dificuldades, e com os quais compartilhamos a
existência, também se encontram nesse nosso mesmo processo.
Essas
pessoas-problemas, pesadas e difíceis de se conviver, também terão seu momento
de despertar.
Por
isso, se já conseguimos perceber, no nosso próximo, as dificuldades que
reconhecemos tenham sido nossas um dia, busquemos nos revestir de compreensão
para com ele.
A maior
dor daquele que hoje erra, será encontrar-se com sua própria consciência, mais
cedo ou mais tarde. Inevitavelmente isso ocorrerá.
Sendo
assim, não desejemos o mal, nem aumentemos a carga daquele que hoje carrega
dramas intensos na sua intimidade, e que os exterioriza na forma de azedume,
raiva e queixas.
Busquemos compreender e perceber, na situação, a oportunidade de
desenvolver em nós a paciência que ainda não temos, a tolerância de que ainda
carecemos.
O
conselho de Jesus referindo-se àqueles que nos exigem muito, é sempre dar o
dobro, fazendo do nosso coração a fonte de generosidade frente às angústias que
eles exteriorizam.
Pensemos:
Sempre haverá alguém que, igualmente, está sendo exigido a
utilizar a sua paciência e o seu equilíbrio, a fim de tolerar e compreender as
dificuldades que nós mesmos ainda carregamos na intimidade do coração e
demonstramos em nossas atitudes.
Pensemos nisso.