Quem de nós é o maior?
Certa feita escutou os discípulos discutindo entre eles, sobre qual seria o maior, o mais amado, o de importância mais significativa.
Todos reconhecemos que João é distinguido pelo vosso amor; Pedro é merecedor da mais expressiva confiança; Judas guarda as moedas e se encarrega do controle das nossas modestas finanças... E os demais?
Que somos e que papel desempenhamos no grupo? Afinal, qual de nós é o maior?
Certamente se sentiram constrangidos pela disputa, mas como ela aconteceu, era justo serem honestos, libertando-se das dúvidas.
Jesus envolveu-os na luz da compaixão, e com a sabedoria habitual, respondeu-lhes:
O grão de mostarda, menor e mais insignificante que qualquer outra semente, reverdece com o mesmo tom o solo abençoado pelo trigo vigoroso.
O fruto do carvalho desenvolve a árvore grandiosa que nela jaz, assim como o pólen, quase invisível de todas as flores, se encarrega de transmitir beleza e perpetuar a espécie em outras plantas.
Todos são importantes na paisagem terrestre.
O grão de areia se anula ante outro para construir a praia imensa, que recebe o carinhoso movimento das ondas arrebentando-se no seu leito reluzente.
Tudo é importante diante de meu Pai, não pela grandeza, mas pelo significado de que cada coisa se reveste para a utilidade da vida.
Nos dias atuais, em que ainda tanto se faz questão de ser o melhor, o mais importante, o número um, precisamos refletir sobre as orientações do Cristo.
A competição desenfreada tem nos feito escravos do sucesso e das aparências.
A vaidade tem ditado as regras em todas as áreas, transformando algumas em mais importantes que outras, por questões puramente materialistas.
Julga-se a importância desta ou daquela atividade, por sua visibilidade na mídia, ou por sua remuneração material.
O mundo moderno e seus valores descabidos parece muito semelhante à conversa dos discípulos em torno de quem seria o mais amado.
Desejamos ser amados, desejamos preencher esta carência, este vazio existencial que nos incomoda tanto, mas não sabemos como.
Jesus já havia dado a resposta naqueles idos tempos...
Além de dizer que todos são importantes, disse ainda que entre os homens, o maior sempre seria aquele que se esquecesse de si mesmo, tornando-se o melhor servidor.
Seria aquele que não se cansasse de ajudar, de cooperar com os outros.
É sempre bom ouvir o Mestre, que permanece atual, que permanece nos esperando como Aquele que oferece o caminho da verdadeira vida.