Tenho muitos defeitos, sim. Mas nenhum deles é ter um coração ruim.
Já fui impaciente. Já fui impulsivo. Já falei sem pensar e me arrependi depois. Já me fechei quando deveria ter me aberto. Já me afastei de quem só queria ficar. Já errei tentando acertar. Já acertei e ainda assim me culpei. Já me cobrei demais. Já me calei por medo. Já me defendi com dureza quando tudo que eu queria era ser abraçado.
Mas nunca, em nenhum desses momentos, meu coração foi ruim.
Porque mesmo nos meus piores dias, eu senti demais.
Mesmo quando não soube demonstrar, eu me importei.
Mesmo quando me perdi, eu quis voltar.
Mesmo quando fui duro, eu estava tentando proteger algo que ainda doía.
Tem gente que olha de fora e julga.
Que aponta o dedo sem saber o que existe por dentro.
Que vê o erro, mas não vê a intenção.
Que vê a reação, mas não entende a história.
Mas quem me conhece de verdade sabe:
Eu sou feito de afeto.
De cuidado.
De vontade de acertar.
De tentativas sinceras, mesmo que atrapalhadas.
De uma sensibilidade que às vezes me confunde, mas nunca me abandona.
Meu coração já foi partido, mas nunca se tornou pedra.
Já foi ignorado, mas nunca deixou de acolher.
Já foi rejeitado, mas nunca deixou de amar.
E é por isso que, apesar dos meus defeitos, eu sigo tentando.
Tentando ser melhor.
Tentando ser mais leve.
Tentando ser mais claro.
Tentando ser mais inteiro.
Porque eu sei que o que me define não são os tropeços — é o que eu faço depois deles.
É a forma como eu cuido.
Como eu escuto.
Como eu volto.
Como eu abraço.
E se tem algo que eu posso afirmar com certeza, é isso:
Meu coração não é perfeito.
Mas ele é bom.
Ele é verdadeiro.
Ele é inteiro.
Ele é meu — e eu tenho orgulho dele.
*César

