Nem todos os dias serão bons e isso é normal.


Eu costumava desejar que todos os dias fossem maravilhosos, que todas as manhãs eu acordasse revigorada e renovada, sem uma gota de tristeza em meu sangue.


Eu costumava esperar por perfeição, por uma felicidade interminável que preencheria cada pequeno vinco e célula em meu coração.


Mas não desejo mais isso.


Porque eu aprendi que uma vida sem tristeza não é realmente uma vida. Uma vida sem dor, sem um pequeno problema, sem fracasso e quebrantamento, e sem aprender como é difícil perder alguém ou alguma coisa – sem isso, nunca reconheceremos o valor do que temos.


Sem não cairmos, nunca aprenderemos a ser cuidadosos e espertos. Sem termos nossos corações partidos, nunca aprenderemos quão bonito é realmente nos apaixonarmos. Sem errarmos, nunca aprenderemos o valor do sucesso. Sem dizermos adeus, nunca realmente daremos valor às pessoas e bênçãos ao nosso redor.


Desejo uma vida de dor a alguém? Não, claro que não. Desejo inferiorizar o sofrimento de alguém? De maneira alguma. Estou tentando dizer que alguém ‘deve’ passar por certas coisas terríveis para se tornar mais forte? Bem, não exatamente. Eu não quero que ninguém pense que o que está passando, ou passou, é necessário. Porque a dor é horrível e nunca deve ser necessária.


Mas, ao mesmo tempo, são os momentos mais difíceis que nos ajudam a valorizar os mais maravilhosos. São as provações que nos trazem o triunfo final. São as lutas que nos mostram a nossa verdadeira força.


São os momentos terríveis da vida que nos lembram de que somos humanos e que nunca seremos perfeitos. E isso é perfeitamente normal. Quando paramos de tentar controlar a vida, de tentar manipular as pessoas, de tentar fazer a vida funcionar de acordo com um plano – então aprendemos que a vida terá sempre altos e baixos e se estivermos em um caminho ruim agora, ficaremos bem.


Nem todo dia vai ser um bom dia. Não começaremos todas as manhãs com nossos corações cheios e iluminados pela luz do sol. Não iremos querer sorrir, ser felizes, estar apaixonados em todos os momentos.


Mas não podemos nos culpar por isso.


A dor é inevitável. Em nossos relacionamentos. Em nosso trabalho. Em nossas famílias. Em nossas vidas pessoais. Em nossas escolhas. Em nossos momentos mais simples. Em nosso futuro.


Mas isso não significa que devemos desistir da esperança. Nós apenas temos que mudar nossa perspectiva.


Em vez de temermos a eventual agitação que está ao virar da esquina, em vez de tentarmos afastar cada gota de tristeza em nossas almas, devemos ver o outro lado. Devemos saber que podemos e vamos passar pelos nossos momentos mais difíceis. Devemos perceber que as coisas acontecem por uma razão, às vezes completamente desconhecida para nós. Devemos deixar ir o nosso desejo de perfeição e deixar a vida acontecer.


Devemos ver que o negativo torna-se positivo, que o mal se torna bom, que a vida muda se focarmos em frente e continuarmos.


Devemos entender que não podemos ter dias perfeitos todos os dias. E isso é normal.


Porque esses dias mais difíceis mudam nossas prioridades e nos ajudam a valorizar as coisas e pessoas mais importantes, lembrando-nos de não desvalorizamos nada e nos ensinam que temos o poder, quando nos levantamos e lutamos.


Então, não se perca por um dia ruim. Não odeie a si mesmo ou a sua vida porque as coisas não estão indo bem. Não fique frustrado porque está preso em um buraco ou lutando com um ente querido, ou sentindo algum tipo de ausência em seu peito.


Não se deixe arrastar para baixo pela negatividade. Porque os maus dias são nossos professores, nossos curandeiros, nossos fortalecedores. E eles dão a volta com o tempo.


*Luiza Fletcher

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