Se Eu Pudesse

Se eu pudesse te enchia de mimos, abraçava-te com os meus braços longos, doces, fortes e repousava-te no meu colo. Embalava o teu corpo frágil no meu peito e sussurrava ao teu ouvido que tudo tem uma razão de ser (mesmo que tu não a entendas). 
Queria adormecer-te o medo, ao som das histórias de amor que escrevemos juntos, cheias de capítulos com finais felizes, para que soubesses que nunca te vou desiludir, nunca te vou decepcionar. 
Se eu pudesse garantir-te-ia que, comigo por perto, não há doença que te espreite, ladrão que te sonde, ou tempestade que se abata sobre quem és. Sabes, tenho vontade de dizer-te que o papel de embrulho que utilizas para disfarçar quem és, está gasto, rasgado, sem cor, e eu quero libertar-te desse invólucro para que possa emergir a verdadeira luz da tua alma. 
Queria confessar-te que há entre nós um sentimento que o tempo, ou o Homem, não apagam, vive dentro do nosso coração, alimenta-se daquilo que vivemos, dos sorrisos que trocamos, das lágrimas que partilhamos, de toda a felicidade que sentimos. 
Recorda-te de mim… não do que fui, ou do que sou… mas recorda-te da imagem que eu refletia nos teus olhos. 
Se eu pudesse fugia contigo para uma ilha distante, recomeçava do zero, libertava-nos da identidade, dos rótulos, dos compromissos, das obrigações e das promessas,  vivia de mar, de areia, de sal e de amor: do meu por ti, do teu por mim e seríamos utopicamente felizes.

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