Uma importante lição
Numa época em que um sorvete
custava muito menos do que hoje, um menino de dez anos entrou numa lanchonete e
se sentou a uma mesa.
Uma garçonete colocou um copo
d'água na frente dele.
Quanto custa um
sundae? Ele
perguntou.
Cincoenta centavos, respondeu a
garçonete.
O menino puxou as moedas do
bolso e começou a contá-las.
Bem, quanto custa o sorvete simples?
Perguntou outra
vez.
A essa altura, mais pessoas
estavam esperando por uma mesa. A garçonete foi se irritando. De maneira brusca,
respondeu: Trinta e cinco centavos.
O menino, mais uma vez,
contou as moedas e disse: Eu vou querer, então, o sorvete
simples.
Depressa, a moça trouxe o
sorvete simples e a conta, colocou na mesa e saiu. O menino acabou o sorvete,
pagou a conta no caixa e saiu.
Quando a garçonete voltou e
começou a limpar a mesa, não pôde deixar de chorar.
Ali, do lado do prato, havia
duas moedas de cinco centavos e cinco moedas de um centavo.
Ou seja,
o menino não pôde pedir o
sundae porque ele queria que sobrasse a gorjeta da
garçonete.
Ser grato aos que
nos servem é um dever tanto quanto servir com alegria.
Quem serve, deve mostrar gratidão
pela oportunidade do trabalho. Quem é servido deve demonstrar gratidão pelo
serviço do outro, de que necessita.
Afinal, todos somos, na Terra,
dependentes uns dos outros.
Já imaginou em que se transformaria o
panorama do mundo sem a contribuição de faxineiros, pedreiros, carpinteiros,
jardineiros?
O que seria do hospital, com médicos,
enfermeiras e gente especializada nos laboratórios, se faltasse a faxina para
garantir a limpeza?
Como poderia garantir a qualidade dos
seus pães e doces, o padeiro, sem o concurso do produtor que lhe entregasse a
farinha de boa qualidade?
De que valeria o trabalho muito bem
pensado e estruturado de engenheiros e arquitetos, se faltasse a preciosa mão de
obra de serventes e carpinteiros?
Em todo lugar, sempre, dependemos uns
dos outros. O que abre a loja e expõe a mercadoria, necessita do cliente que
observe, goste e compre.
Clientes e vendedores, patrões e
empregados, superiores e subordinados, necessitamos e muito uns dos outros. Não
podemos sobreviver, muito menos viver uns sem os outros.
Por isso, a melhor técnica é nos
unir, dar as mãos, valorizarmo-nos uns aos outros e sermos gratos pela
oportunidade de servir e receber serviços.
O comércio é também uma escola de
fraternidade. Realmente, precisamos da atenção do vendedor, mas o vendedor
espera de nós a mesma atitude.
Sempre que nos sintamos no direito de
reclamar, não façamos do nosso verbo um instrumento de agressão.
Por vezes, a pessoa mal-humorada, em
seus contatos públicos, carrega um pesado fardo de inquietação e
doença.
Acostumemo-nos a pedir por favor
aos que trabalham em repartições, armazéns, lojas, lanchonetes e
hotéis.
Antes de serem empregados à
disposição de clientes, são seres humanos que sentem alegria, dor, têm seus
problemas e esperam compreensão dos demais seres
humanos.